Parabéns à Espanha por ter sido campeã mundial de futebol, mas parabéns sobretudo a quem organizou e fomentou a actividade desportiva em Espanha.
Ora vejamos e sem querer entrar em comparações com o nosso cantinho à beira mar plantado:
- Ranking ATP de hoje (12-07-10)- 7 espanhóis nos primeiros 30 do mundo, com especial destaque para Rafa Nadal, que é simplesmente nº 1 e campeão de Wimbledon há coisa de 1 semana atrás.
- Último campeão do mundo de basquetebol e medalha de prata nos jogos olímpicos de Pequim.
- Campeão mundial de andebol em 2005 e uma referência na modalidade.
- Uma das melhores equipas do mundo de futsal a par do brasil (finalista no último mundial e campeã mundial nas 2 edições anteriores)
- Respeitável 15º lugar no ranking de medalhas nos jogos olímpicos de Pequim, com 5 medalhas de ouro, com um total de 18 medalhas (quase idêntico às 22 medalhas conquistadas por Portugal em todas as edições que participou).
- Depois de nomes como Sérgio Garcia ou Ballesteros, Espanha continua a dar cartas no golfe, como por ex. com a recente vitória de Miguel Angel Jimenez no Open de França.
- No ciclismo, domínio do Tour de França, com a "armada espanhola" a ganhar todos os tours na era pós-Armstrong.
- Formula 1- a referência de Alonso, e nem queria falar nas motas.
And so on...
O que me interessa aqui não é exaltar e elevar o êxito espanhol, mas sim tentar compreender a razão do seu sucesso.
Terão as pessoas para o lado de lá da fronteira uma superior predilecção para o desporto? Será algo genético? Parece-me pouco provável.
Puramente uma questão de massa crítica? Também não me parece. Aliás, basta compararmos a performance em Jogos Olímpicos da Holanda e Índia por exemplo.
Parece-me o o sucesso estará mais ligado a uma política de incentivos ao desporto, através de um programa educativo que potencie as capacidades dos atletas que antes de serem atletas, foram alunos.
Em Portugal temos vivido um período focado em infra-estruturas e apesar de os complexos desportivos não terem crescido ao mesmo ritmo das rotundas em certos municípios e das auto-estradas, têm registado um acréscimo significativo. A questão penso ser uma "pescadinha de rabo na boca". Como o desporto mais popular é o futebol, então grande parte das infra-estruturas potenciam apenas o crescimento desta modalidade e não de outras. Penso que o ciclo vicioso deve ser quebrado na sua origem. No gosto inicial pela modalidade. Não digo que não fomentemos o futebol, uma das nossas trademarks no mundo, no entanto, na base, na nossa formação, deveríamos ter mais experiências com outros desportos.
Para que isto aconteça temos de dotar as nossas escolas para a prática de outros desportos, e principalmente sensibilizar os professores de educação física para não se limitarem a dar uma bola aos miúdos como forma de os entreter durante a "hora da ginástica".
Temos no entanto também de dar condições a estes professores de educação física, e não continuar a tratar o desporto como o parente pobre do sistema educativo português. Até porque parece que somos os únicos que não percebemos a sua importância, em 1º lugar para o nosso bem-estar e 2º como importante máquina geradora de actividade económica.
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