Manuel Alegre conseguiu um feito impressionante. Obteve o apoio do PS e do BE na 1ª volta da eleições Presidenciais, ainda por cima, perante a actual conjuntura política. Como conseguirá Alegre manter o apoio dos dois partidos?
Quando lhe pedirem a opinião sobre uma qualquer medida do PEC, o que vai fazer? Vai apoiar cortes nos apoios sociais e perder eleitorado do BE? Vai desfilar pela Av. da Liberdade numa qualquer greve e perder eleitorado do PS? Vai recitar um poema sobre a selecção nacional de futebol? Como irá manter-se no limbo sem cair durante + de 6 meses?
A situação é de tal modo absurda que até pode ser que funcione! A imprevisibilidade da política é tão grande, que tudo é possível...bem quase tudo!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Cada vez mais longe
Bom post do Álvaro Santos Pereira, sobre a distância que separa o nosso sistema educativo dos nossos vizinhos na UE, quer a nível quantitativo (anos médios de escolaridade), quer a nível qualitativo (nquéritos de PISA).
Parece que a nível quantitativo, e apesar da escolaridade média ter evoluído bastante nos últimos anos, a distância relativa para o core europeu não tem sido reduzida nos últimos anos. De PISA nem vale a pena falar. Simplesmente sofrível, apenas superando o México e Turquia nos países da OCDE. Deixo apenas uma nota: nós não contribuímos apenas para os maus resultados do nosso país, mas também influenciamos os dos outros (vejam o exemplo do Luxemburgo no teste de 2000 para literacia). Em Dezembro saem os resultados do teste levado a cabo em 2009. Deve ser bonito, deve.
terça-feira, 25 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Merda
"Iakov, o filho de Estaline, foi prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, e encontrava-se detido num campo onde também havia oficiais ingleses. As latrinas eram comuns. O filho de Estaline deixava-as sempre sujas. Os ingleses não gostavam de ver as suas latrinas cheias de merda, mesmo que a merda fosse do filho daquele que era então o homem mais poderoso do universo. Ralharam com ele. O filho de Estaline ficou ofendido. Os oficiais ingleses voltaram a repreendê-lo e obrigaram-no a limpar as latrinas. Zangou-se, discutiu com eles e agrediu-os. Por fim, pediu para ser recebido pelo comandante do campo. Queria que ele arbitrasse o diferendo. Mas o alemão estava demasiado imbuído da sua importância para deixar-se envolver numa discussão sobre merda. O filho de Estaline não pôde suportar tal humilhação. Lançando aos céus as pragas russas mais tremendas, correu em direcção ao arame farpado e electrificado que cercava o campo. Atirou-se contra os fios. Aí ficou suspenso o corpo que nunca mais havia de sujar as latrinas britânicas.
O filho de Estaline deu a vida pela merda. Mas morrer pela merda não é uma morte absurda. Os alemães que sacrificaram a vida para aumentar o território do império para leste, os russos que morreram para que o poder do seu país se estendesse mais para ocidente, esses sim, morreram por um disparate e a sua morte não tem qualquer espécie de sentido nem de valor geral. Em contrapartida, a morte do filho de Estaline foi a única morte metafísica no meio da estupidez universal da guerra." @ Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Telhados de vidro
Segundo Ricardo Salgado, os "especuladores tiveram muito espaço e muito tempo à solta". Alguém deveria avisar este senhor que no seu Banco Espírito Santo Investimento (BESi), algumas dezenas de empregados se encontram à solta há muito tempo e dedicam-se quase exclusivamente a essa actividade. Aliás só no 1º trimestre de 2010, o "período de ouro da especulação", o BES obteve proveitos de €67.7 milhões apenas em "Resultados de activos financeiros disponíveis para venda", via principalmente acções do Banco Bradesco no Brasil, da PT e da EDP. Mas essa já é boa especulação...
quinta-feira, 20 de maio de 2010
PT vs. Telefónica round 2 (...of many more to come)
Não é de hoje que a Telefónica quer comprar a parte da PT na Vivo. Aliás, como este artigo do Economist faz referência, a empresa espanhola esteve na falange de apoio à Sonaecom quando esta lançou aquela OPA sobre a PT no início de 2006. Saudosos tempos em que OPA era a sigla financeira mais discutida em Portugal, em oposição ao actual PEC.
Se ninguém discute que a proposta é bastante generosa (cerca de 140% acima do preço actual), mais de 80% da avaliação média dos analistas para esta posição e substancial para a PT (cerca de 80% do capitalização bolsista da empresa), também ninguém duvida que a aceitar esta proposta, o modelo de crescimento da empresa ficaria seriamente ameaçado.
A grande questão que se coloca é que alternativas de crescimento teria a PT, por forma a utilizar este capital para diversificar o seu risco do estagnado mercado nacional. Poucas diria. A aposta actual em países como a Hungria, e mesmo nos países africanos (Quénia, Namíbia, Angola, etc), quer por uma questão de escala, quer de riscos associados, não oferece garantias de sucesso.
A Vivo, por sua vez com cerca de 30% de um mercado de 180 milhões de utilizadores, oferece claramente escala, representando quase 50% das actuais receitas da PT.
A Telefónica vê o controlo desta empresa como uma forma de fortalecer a sua posição na America Latina onde Carlos Slim tem vindo a ganhar terreno nos últimos tempos.
Para a PT é crucial manter a posição na Vivo, enquanto não se vislumbrarem alternativas de sucesso. É no entanto também crucial que os seus executivos criem essas mesmas alternativas, não caíndo no lugar comum de dizerem que o mercado das telecomunicações atingiu uma fase de total maturidade a nível mundial. Até porque existem muitos mercados em que isto não é verdade. E se a própria PT tem tido capacidade de se reinventar em Portugal, tem também de o fazer além fronteiras. Porque tudo tem o seu preço.
De Espanha...
...nem bons ventos, nem bons casamentos, mas pelos vistos bons exemplos.
A ligação Poceirão-Caia é cada vez mais uma realidade.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Jorge Coelho
A frase do dia: "Se eu quisesse podia ter sido primeiro-ministro".
O país agradece o favor que Jorge Coelho nos fez em não ter decidido ser primeiro-ministro.
Não satisfeito com a declaração anterior, jorge Coelho referiu ainda que não tenciona voltar à vida política e que "só um maluco é que se mete nisso". É bastante curioso o desprezo de Jorge Coelho pela vida política neste momento, vindo de uma pessoa que deve o cargo que ocupa como CEO da Mota Engil (700 mil euros no bolso em 2009) ao facto de ter sido ministro das obras públicas e líder "de facto" do aparelho do PS durante mais de 10 anos. Soa um pouco a ingratidão, não...
O país agradece o favor que Jorge Coelho nos fez em não ter decidido ser primeiro-ministro.
Não satisfeito com a declaração anterior, jorge Coelho referiu ainda que não tenciona voltar à vida política e que "só um maluco é que se mete nisso". É bastante curioso o desprezo de Jorge Coelho pela vida política neste momento, vindo de uma pessoa que deve o cargo que ocupa como CEO da Mota Engil (700 mil euros no bolso em 2009) ao facto de ter sido ministro das obras públicas e líder "de facto" do aparelho do PS durante mais de 10 anos. Soa um pouco a ingratidão, não...
Estive mesmo fora estes últimos 2 dias
Nem vou fazer enfatizar as críticas do Eduardo Pitta ao chamar ao Frasquilho, Dr. Jekyll e Mr. Hyde. A única coisa que peço é que acabemos com este hábito irritante de varrer para debaixo do tapete cada vez que uma visita nos bate à porta.
Obrigado.
Greenberg
Fui ver o novo filme do Noah Baumbach, com o Ben Stiller, que aparece num registo muito diferente ao que nos habituou. Ben é Roger Greenberg, um homem neurótico, abrupto, que esteve internado numa instituição psiquiátrica e que vai tomar conta da casa do irmão em LA quando este se ausenta com a família para o Vietnam. Com 40 anos, carpinteiro, mas sem um rumo certo, pretende dedicar-se a não fazer nada, e tem como principal hobby escrever cartas de reclamação.
Este filme fala de oportunidades perdidas ("Youth is wasted on the young"), da dificuldade em preencher os vazios, com que de uma forma ou de outra todos nos podemos identificar. Da maturidade que é preciso ter para finalmente encarar o nosso fado ("It's huge to embrace a life you never planned").
Foca-se também nos conflitos geracionais, e da forma como a confiança, alicerçada na arrogância se tornou condição sine qua non para subsistirmos no mundo actual. Fala da falta de respeito que as novas gerações têm em relação aos mais velhos e sábios, e da forma arrogante e petulante com que os encaram ("- I'm scared of you kids"). Do previlegiarmos a forma em vez do conteúdo. Do essencial que se tornou sermos bem sucedidos aos olhos dos outros ("It's brave to try do nothing at our age"). Do vivermos numa permanente vontade de regressar ao passado, sem nunca apreciarmos o presente, e de termos de criar novos exemplos para os nossos filhos, talvez numa tentativa de aliviar a pressão e as nossas responsabilidades (" Adults that dress like children, children that dress like super heroes").
Um filme a rever daqui a uns anos.
Falta-te um bocadinho assim...
Hoje, em Beja, fui a um concerto de uma banda portuguesa, chamada Sean Riley & the Slowriders. Banda com músicos multifacetados, definiria a sua sonoridade como algo entre Bob Dylan e rock alternativo. Não fosse a por vezes fraca dicção do vocalista, e facilmente os colocaria no meu top de bandas favoritas. Os bilhetes custavam 3.5 Euros. Estariam na audiência cerca de 50 pessoas.
À mesma hora, tocavam no Pavilhão Atlântico os Mettalica, com uma legião de fãs, num concerto para dezenas de milhar de pessoas cujos bilhetes, com preços a oscilar entre os 35 e os 50 euros, esgotaram 4 meses antes do próprio espectáculo.
Longe de mim querem comparar uma banda com o "track record" dos Metallica a estes rapazes de Coimbra. Quando os Metallica começaram a tocar juntos muitos dos membros desta banda provavelmente nem tinham nascido. Acho que posso, no entanto, comparar esta banda a alguns grupos internacionais que atraem legiões de fãs, e que também têm apenas muitas vezes 1 ou 2 álbuns lançados. Falo de, por exemplo, de The Kooks, Cansei De Ser Sexy, The Fratelis (recentemente separados), Noah and the Whale, ou mesmo os próprios Arctic Monkeys, Beach House, MGMT ou Vampire Weekend. Todos estes meninos enchem recintos com milhares de pessoas, mesmo não tendo mais do que 6 ou 7 anos de actividade como banda e no máximo 3 álbuns editados. E não me venham falar da originalidade da sonoridade, porque embora reonhecendo que isso possa ser verdade no caso de Beach House ou VW, tenho grandes dúvidas quando falamos de Fratelis, Artic Monkeys ou The Kooks.
Muitas vezes o que distingue uma banda de outra é obviamente um puro exercício de marketing, mas muitas vezes não é apenas um marketing que nos é impingido, mas algo que naturalmente fazemos. Da mesma forma que não gostamos de jantar num restaurante vazio. Muitas vezes o dono do restaurante não precisa de um menu apelativo, ou de ter pratos mais deliciosos ou em conta que os restantes, basta ter apenas aquela ponta de sorte, e aproveitar o fenómeno de massas.
O meu ponto é o seguinte: a distância entre uma banda de topo e uma banda de garagem a nível de fãs, remuneração e reconhecimento é abissal, mesmo quando em muitos dos casos a real diferença a nível de sonoridade e qualidade das letras é totalmente negligenciável.
É muito lixado ter o azar de ser segundo.
domingo, 16 de maio de 2010
A sucessão socialista
Eles andam ai. Paulo Pedroso e António José Seguro. Um critica violentamente o PEC II e a "excessiva personalização" do PS e o outro a dizer que quando o mandato de Sócrates chegar ao fim irá assumir as suas responsabilidades.
Apesar de mais discretos que os seus adversários sociais-democratas, os socialistas começam a posicionar-se à sucessão de Sócrates por entre os cacos em que se encontra o partido. Dividido entre PEC e não PEC, ou talvez mais Poder e não Poder, entre Alegre e não Alegre, o PS começa a apresentar uma progressiva desagregação interna. Sócrates já não é o líder intocável do passado. Quem diria? O jogo das cadeiras rosas já começou!
Apesar de mais discretos que os seus adversários sociais-democratas, os socialistas começam a posicionar-se à sucessão de Sócrates por entre os cacos em que se encontra o partido. Dividido entre PEC e não PEC, ou talvez mais Poder e não Poder, entre Alegre e não Alegre, o PS começa a apresentar uma progressiva desagregação interna. Sócrates já não é o líder intocável do passado. Quem diria? O jogo das cadeiras rosas já começou!
A aposta militar
Agora percebo a aposta na defesa nacional de muitos governos conservadores. Não fazia ideia do nível de entretenimento que pode proporcionar. Coloca-se a interessante questão: de que orçamento é que este meninos são pagos? Da Defesa, ou ... da Cultura?
sábado, 15 de maio de 2010
Contradições
Depois de algum tempo sem postar devido a um retiro espiritual para introspecção (mentira, foi apenas desleixo mas tinha que arranjar introdução para o tema) decidi voltar depois de ver o seguinte: ao que parece a “forte presença de crentes” durante a visita do Papa foi “superior às previsões dos organizadores”. Quem acompanhou a visita pela televisão confirma a veracidade desta notícia uma vez que estavam presentes milhares de pessoas tanto a missa no Terreiro do Paço como na missa em Fátima (mais de meio milhão de pessoas). Isto só pode ser um sinal que Portugal é um país cheio de fé e de crentes. Mas serão mesmo assim tão crentes?
Quando via a transmissão da visita, eu imaginei este cenário:
Vamos supor que durante o decorrer de qualquer uma das missas sai da multidão uma pessoa que se dirige ao altar. Vamos supor também que essa pessoa é a Alexandra Solnado. Ela dirige-se ao altar e afirma que vê e fala com deus. Qual é que seria a reacção do Papa e de todos os crentes? Aposto que todos, sem excepção, iriam dizer que a senhora era maluca. Isto não é pouco lógico?
Isto é o que me faz confusão nos católicos. Todos eles são devotos fiéis e acreditam que deus existe apesar de nunca o terem visto ou ouvido (Até aí tudo bem, eu também acredito que o Euromilhões existe sem nunca o ter visto nem nunca ter conhecido ninguém a quem tivesse saído). No entanto, se aparece alguém a dizer que falou com ele ou o ouviu, essa pessoa passa por maluco. Estão perante alguém que pode provar que aquilo em que eles acreditam é real e a primeira coisa que fazem é descredibilizar essa pessoa. Enfim… é apenas mais uma das contradições da malta católica!
Quando via a transmissão da visita, eu imaginei este cenário:
Vamos supor que durante o decorrer de qualquer uma das missas sai da multidão uma pessoa que se dirige ao altar. Vamos supor também que essa pessoa é a Alexandra Solnado. Ela dirige-se ao altar e afirma que vê e fala com deus. Qual é que seria a reacção do Papa e de todos os crentes? Aposto que todos, sem excepção, iriam dizer que a senhora era maluca. Isto não é pouco lógico?
Isto é o que me faz confusão nos católicos. Todos eles são devotos fiéis e acreditam que deus existe apesar de nunca o terem visto ou ouvido (Até aí tudo bem, eu também acredito que o Euromilhões existe sem nunca o ter visto nem nunca ter conhecido ninguém a quem tivesse saído). No entanto, se aparece alguém a dizer que falou com ele ou o ouviu, essa pessoa passa por maluco. Estão perante alguém que pode provar que aquilo em que eles acreditam é real e a primeira coisa que fazem é descredibilizar essa pessoa. Enfim… é apenas mais uma das contradições da malta católica!
Não percebo porquê
Câmara suspendeu das actividades lectivas professora que posou nua para a Playboy. Analisemos a questão.
Quem ganhou com o posar desta rapariga para a Plyaboy?
- A Playboy Portugal cujas vendas aumentaram exponencialmente em Torre de Dona Chama (lol Dona Chama). E que bem precisa, porque ninguém ficou indiferente ao ridículo acto de desespero de colocar RAP na capa da revista em Dezembro último.
- Os alunos, por motivos múltiplo e óbvios. Precisam de recorrer menos à imaginação em caso de necessidade e ganham uma motivação extra para ir às aulas.
- A professora, que pode ganhar uns trocos. Aliás, penso que o posar para a revista se qualifica como actividade extra-curricular, a menos que tenham alterado em muito os currículos desde o meu tempo, área pela qual esta professora é responsável na escola de Torre Dona Chama.
- Os pais, que conseguem manter os filhos na escola em actividades extra-curriculares condignas em vez de andarem ao pássaro ou em cowboyadas à la "Brokeback Mountain".
Quem perdeu?
Não sei, sinceramente.A única razão que encontro para esta decisão é ressabiamento. Não sei porquê, mas algo me diz que quem tomou esta decisão foi uma mulher. E o que ganhámos com isso? O facto de todos os jornais brasileiros já estarem a comentar. A chamar-nos "caretas", com certeza. Culturalmente, adoramos ser vistos como os pudicozinhos cá do bairro.
Bem, uma pergunta. É a loira ou a morena? É que eu baseei toda a minha análise no facto dela ser a morena.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Fusão!

Não resisti a retirar esta foto do Cachimbo de Magritte, que por sua vez já a tinha "surripiado" ao Minoria Relativa.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Irracionalidade
Apenas para deixar uma nota que irei aprofundar futuramente.
Não percebo porque não conseguimos desvalorizar as coisas negativas do presente e valorizar as positivas.
O tão popular "Carpe Diem" vale principalmente para as coisas que nos fazem sofrer. Falta-nos objectividade e ninguém tem a capacidade de se distanciar quando a realidade vem sem avisar.
Todos de certeza já ficámos super chateados quando tivemos uma má nota num exame, não fomos correspondidos num flirt ocasional ou perdemos uma oportunidade de emprego. No entanto hoje quando pensamos nisso a distância temporal encarregou-se de ou apagar as memórias ou de nos tornar indiferentes a elas.
A questão é que a repetição de situações, muitas vezes, não nos torna imunes e quando estas ocorrem voltamos a sentir o que experienciamos na primeira vez. É completamente irracional.
E pior. Muitas vezes o que sentimos é equiparável a acontecimentos de que realmente nos vamos lembrar para toda a vida.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Acabámos de perder o Mundial
Claramente acabámos de perder o Mundial, mesmo antes de começar. Porquê? Será porque os nossos jogadores estão em subrendimento? Porque não estão entrosados? Porque nos faltam referências no ataque e solidez defensiva? Porque temos um seleccionador pouco carismático que não galvaniza os jogadores?Não.
A razão é simples, Queiroz não convocou suficientes jogadores do Benfica. Jesus já avisou. Depois não venham pedir batatinhas.
Portugal- Exemplo a seguir?
Normalmente quando pensamos em liberalização do consumo de drogas, pensamos na Holanda. E se é verdade que no caso das drogas leves a legislação holandesa é mais permissiva que a portuguesa, pois permite a sua comercialização, o mesmo não se aplica às drogas no seu todo.
A descriminalização do uso de drogas em Portugal (incluíndo cocaína e heroína) que ocorreu em 2001, parece, no entanto, ter tido resultados bastante positivos. Neste ponto somos neste momento apontados como um caso de sucesso, provavelmente precursor de legislação noutros países.
Nada do que se receava aconteceu, Lisboa não se tornou num destino turístico para consumo de drogas e este não aumentou exponencialmente.
Um estudo levado a cabo pelo Cato Institute (instituto de investigação sediado em Washington), em 2009 vem consubstanciar estes pontos, indicando uma melhoria absoluta e relativa na maioria das métricas testadas.
Se o uso de drogas não decresceu significativamente, o maior efeito foi sentido ao nível das patologias relacionadas com o uso de drogas ( através da partilha de seringas com a SIDA à cabeça) que se reduziram substancialmente. O mesmo aconteceu com o número de mortos por abuso de drogas. A lógica advém do facto de uma das principais barreiras ao viciado obter tratamento, ser o medo de sofrer repercussões criminais. Desta forma, com a descriminalização o governo pode oferecer tratamento aos seus cidadãos, melhorando o cuidado com estes doentes. Sim, porque efectivamente são doentes.
Prova que o efeito pode advir da legislação, é, por exemplo, a acentuada redução de casos de SIDA entre os toxicodependentes em comparação com apenas um ligeiro decréscimo entre os não toximanos.
Igualmente quando comparado com a realidade europeia, Portugal tem também razões se congratular. Os números colocam-nos como o país com menor prevalência de cannabis, e bem abaixo da média no consumo de outras drogas.
Convém referir que à data do relatório, Portugal era o único país da UE que explicitamente descriminalizava o uso de drogas. O nosso país é assim apresentado como um exemplo a seguir, um case-study de sucesso pioneiro neste tópico ainda sensível nos dias que correm.
domingo, 9 de maio de 2010
Subsídio de desemprego
Muito se tem falado das mudanças na atribuição do subsídio de desemprego. Para além do óbvio desincentivo que o subsídio cria de regresso ao mercado de trabalho, vi críticas nos media internacionais que o subsídio em Portugal "era generoso mesmo para padrões europeus".
Primeiro, vejamos o que foi anunciado (ou o que deu para perceber dos media nacionais).
- Subsídio de desemprego terá para todos os escalões um tecto de 75% do rendimento líquido auferido enquanto empregado.
- Medidas mais restritivas não no acesso ao subsídio mas meramente no controlo da atribuição do rendimento.
- Eventualmente tomar medidas que potenciem a mobilidade geográfica dos desempregados.
O ponto 2 não deve oferecer contestação à partida, tal como o ponto 3 desde que se tenham em atenção as assimetrias regionais, e flexibilidade do trabalhador em causa.
Gostaria no entanto de me focar no ponto 1. Será o valor de 75% justo?
Num paper de 2008, da Universidade de Durham no Reino Unido, encontrei uma tabela que pretende comparar as condições da atribuição dos subsídios de desemprego nos vários países europeus, % do rendimento médio do trabalhador, duração do subsídio e período de espera para um caso hipotético (trabalhador com 40 anos e 22 anos de experiência)- dados de 2004.
Neste documento é possível observar que Portugal com um subsídio que representava 83% dos rendimentos auferidos pelo trabalhador é o país que regista de longe o valor mais elevado dos 23 países contemplados neste estudo.
No capítulo da duração do subsídio temos também um regime bastante generoso, apenas ficando atrás dos estados escandinavos e do sui generis exemplo Belga (sem período limite).
Apenas na atribuição do subsídio os 540 dias nos últimos 2 anos, parecem restritivos e acima da média europeia.
Resumindo. Sim, Portugal parecia ter um modelo bastante mais generoso que a média dos países europeus, e a nova restrição parece razoável mesmo se não tivessemos em linha de conta a nossa situação periclitante. Aliás, mesmo com esta nova restrição gostaria de ver um estudo comparativo.
Temos de criar incentivos de regresso ao mercado de trabalho e combater o ócio.
O próximo passo é flexibilizar o nosso mercado de trabalho.
Só porque merece
O 1º presidente remunerado do Sporting Clube de Portugal e simultaneamente o associado a uma das piores épocas da história do clube (se não a pior), vai receber EUR 200k por ano de salário base. Nada mau, quase a tocar os EUR 250k do Vitor Constâncio como Gov. do BP. O que vale é que se vai ficar mesmo por este valor já que o resto está ligado aos futuros resultados. Eu não sei, mas cá me cheira que o Torneio do Guadiana e o triangular de Santa Comba Dão vão começar a fazer parte dos objectivos deste ambicioso Sporting para a época que se avizinha.
sábado, 8 de maio de 2010
New Lino
O Ministro das Obras Públicas acabou de assinar a adjudicação do TGV mas afirma que a Terceira ponte do Tejo vai ser reponderada.
Surge então a questão:
- Sem ponte como é que vai o comboio para Lisboa? Pelo ar? Teletransporte?
Esta "reponderação" é pura ficção! Obviamente, que um projecto implica a existência do outro. Se não é essa ponte, será outra construída!!! Este novo ministro já atingiu os pergaminhos do seu antecessor...
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Lib-Dem
Como Labour + Lib Dem fica curto, de resultado desapontante a grande janela de oportunidade vai apenas uma coligação. Alguém tem de ceder, vamos ver se Nick Clegg é um tough bargainer ou não.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Constâncio
Vitor Constâncio, agora que vai sair do país, já começa a achar "normal" algumas coisas...fantástico!
Eleições no Reino Unido
Hoje realizam-se as eleições no Reino Unido.
De forma a poderem torcer pela vossa "equipa" de uma forma mais coerente, aqui vai um link do Telegraph para verem qual o partido que se identifica mais com a vossa posição.
PS: Apesar de tudo, a mim deu-me Labour.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Castelo de cartas

Ao observar este gráfico do NY Times, que vi neste artigo, pergunto-me como foi possível protelarmos a ajuda à Grécia durante tanto tempo.
PS: Não fazia ideia que os gregos nos deviam tanto. Obrigado BCP.
Ecos lá fora
Os ecos sobre sobre as dúvidas dos benefícios dos mega-investimentos começam a ser ouvidos lá fora.
Será um dos efeitos a impactar os mercados? Certamente.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Felicidade
Os livros de autoajuda e correntes de emails estragaram a palavra felicidade para o resto da humanidade, ao utilizarem-na incessantemente e muitas vezes fora do contexto. Hoje em dia, quase todos esboçamos o sorriso condescendente ao ouvirmos falar de felicidade colocando-a ao nível de cartomância ou astrologia no que toca a credibilidade.
Poucos, no entanto, porão em causa que, à falta de melhor, a nossa felicidade deveria ser o fim último de tudo o que fazemos, o nosso objectivo.
Tal como se passa com questões económicas, o objectivo é muitas vezes esquecido. O crescimento económico em si, não é um fim, mas um meio. Há que depois materializá-lo em melhores condições de vida para as populações. Esse sim, é o objectivo. No caso da felicidade passa-se o mesmo. Quando compramos algo que gostamos, fazemo-lo porque nos deixa feliz e o mesmo se passa quando ajudamos os outros.
Um claro exemplo do sistema adaptativo que gere a nossa felicidade é dado neste vídeo. Dan Gilbert refere que o nível de felicidade de alguém que ganhou a lotaria é similar ao de alguém que ficou paraplégico, um ano depois. Se isto é verdade então porque raio continuamos a apostar no euromilhões e a sonhar com a vida de sonho/ócio que isso nos poderia proporcionar?
Acho que este é um claro caso em que não sabemos o que nos irá fazer felizes. Na minha opinião, a insatisfação associada à ausência de objectivos torna-se superior ao gozo das viagens ou vida de deboche numa ilha tropical. Acho claramente que o ócio é inimigo da felicidade.
Seguindo então esta linha de raciocínio, penso que as pessoas que têm mais potencial para serem felizes, numa sociedade como a nossa, onde a informação circula rapidamente, são a que têm um nível intermédio de riqueza. Porquê? Porque são as que em muitos dos casos, têm mais objectivos para alcançar e mais liberdade para o fazer. Porque há sempre um nível de conforto superior para tentar atingir, mas também um nível de conforto inferior para os fazerem sentir-se afortunados.
O que me choca é que em muitos casos, tentamos atingir a felicidade com meios que não são os mais adequados (o tal euromilhões).
Cada um saber o que o faz feliz é meio caminho andado. Comecemos por aí.
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