Os livros de autoajuda e correntes de emails estragaram a palavra felicidade para o resto da humanidade, ao utilizarem-na incessantemente e muitas vezes fora do contexto. Hoje em dia, quase todos esboçamos o sorriso condescendente ao ouvirmos falar de felicidade colocando-a ao nível de cartomância ou astrologia no que toca a credibilidade.
Poucos, no entanto, porão em causa que, à falta de melhor, a nossa felicidade deveria ser o fim último de tudo o que fazemos, o nosso objectivo.
Tal como se passa com questões económicas, o objectivo é muitas vezes esquecido. O crescimento económico em si, não é um fim, mas um meio. Há que depois materializá-lo em melhores condições de vida para as populações. Esse sim, é o objectivo. No caso da felicidade passa-se o mesmo. Quando compramos algo que gostamos, fazemo-lo porque nos deixa feliz e o mesmo se passa quando ajudamos os outros.
Um claro exemplo do sistema adaptativo que gere a nossa felicidade é dado neste vídeo. Dan Gilbert refere que o nível de felicidade de alguém que ganhou a lotaria é similar ao de alguém que ficou paraplégico, um ano depois. Se isto é verdade então porque raio continuamos a apostar no euromilhões e a sonhar com a vida de sonho/ócio que isso nos poderia proporcionar?
Acho que este é um claro caso em que não sabemos o que nos irá fazer felizes. Na minha opinião, a insatisfação associada à ausência de objectivos torna-se superior ao gozo das viagens ou vida de deboche numa ilha tropical. Acho claramente que o ócio é inimigo da felicidade.
Seguindo então esta linha de raciocínio, penso que as pessoas que têm mais potencial para serem felizes, numa sociedade como a nossa, onde a informação circula rapidamente, são a que têm um nível intermédio de riqueza. Porquê? Porque são as que em muitos dos casos, têm mais objectivos para alcançar e mais liberdade para o fazer. Porque há sempre um nível de conforto superior para tentar atingir, mas também um nível de conforto inferior para os fazerem sentir-se afortunados.
O que me choca é que em muitos casos, tentamos atingir a felicidade com meios que não são os mais adequados (o tal euromilhões).
Cada um saber o que o faz feliz é meio caminho andado. Comecemos por aí.
ó LD, prometo pagar-te umas rodadas em Beja, talvez companhia da AG! No meu ver toda essa "introspecção" tem outro nome, mas pronto, tens a minha solidariedade e compreensão!
ResponderEliminarum abraço,
LP
Oh LP, e tu a dar-lhe, já não bastava a ES!
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