quinta-feira, 29 de abril de 2010
The End
Palavras para quê?
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Baby steps
João Galamba e a S&P
"Os mercados querem, os mercados agem, o mercados isto e aquilo. O 'mercado' faz o que lhe compete: especula e tenta ganhar dinheiro. Racionalidade? O comportamento de cada agente até pode ser racional, mas o resultado de tudo isto é uma enorme irracionalidade colectiva. Um exemplo é o facto da S&P dizer que baixa o rating por causa da falta de crescimento, sem atender ao facto que esse corte ainda agrava mais a situação portuguesa."
Para João Galamba, a S&P não deve fazer downgrades porque dificulta ainda mais a situação portuguesa. Para João Galamba, a S&P deve ajudar Portugal de alguma forma, como ignorando a situação financeira do país e basicamente não fazer o seu trabalho de forma isenta (bem sei dos podres das agencias de rating, mas neste caso é atirar areia para os olhos).
É o Estado Português que tem de mostrar credibilidade e garantir aos credores que vai pagar as suas dívidas! Obviamente que Portugal está a ser penalizado pelo problema grego, mas a responsabilidade é nossa! Foi Portugal que teve um défice orçamental de 9,4%, uma dívida pública directa perto dos 80%, com perspectivas de subida a cima dos 100% nos próximos 2 anos, e é Portugal que apresenta estimativas de crescimento ecónómicas abaixo de 1% para os próximos 2 anos.
A S&P não tem de nos ajudar em nada...somos nós que temos de fazer o nosso trabalho!
Ponto da situação
Falemos então de bom senso. Não percebo a posição dos responsáveis políticos portugueses. É como um maquinista acompanhar um descarrilamento impávido e sereno, enquanto repete mensagens autistas sobre as condições da linha. Não acho compreensível este sentimento de surpresa quando todos os sinais indicavam que o rating da nossa dívida iria baixar. Não compreendo a falta de ambição no nosso PEC. 8,3% de défice em 2010?! Será melhor revê-lo agora depois de todos os ataques especulativos, crescimento do custo da dívida para níveis recorde e quebra do Psi-20 em mais de 20% desde o ínicio do ano?
É muito fácil apontar factores externos. Falta de liderança europeia e consequente solidariedade, os especuladores, as agências de rating, etc. No entanto nós temos que fazer o nosso papel. Só se o fizermos bem, podemos exigir aos outros um maior empenho em ajudar-nos na nossa situação.
O que temos a fazer então? Temos de ser ambiciosos. Apresentar um novo PEC. Que realmente ataque as despesas, mesmo as despesas com pessoal. Se há algo de bom que esta situação trouxe, foi a de urgência, de necessidade. É sempre mais fácil de implementar medidas se estas forem impostas por agentes externos.
Se a credibilidade dos nossos números é vista como uma questão importante (como é normal que seja), então venham equipas de entidades externas auditar as nossas contas. Quem não deve não teme. Devemos estar disponível para qualquer escrutínio externo se depois quisermos usufruir da denominada solidariedade europeia.
Apesar de neste momento não estar no topo da agenda, continuamos a manter os investimentos megalómanos nos transportes que irão trazer muito pouco valor acrescentado. Vejamos o exemplo da minha cidade natal Beja, e o seu novo aeroporto, ou deveria chamar-lhe parque de estacionamento de aviões? Volto a relembrar o bom senso. O riscar estes projectos seria dar um sinal de credibilidade e empenho por parte do governo em colocar as contas em ordem e não embarcar neste projectos de retorno bastante duvidoso.
Bloco Central. Mais uma vez se o problema da governabilidade é visto como um factor de instabilidade, então o consenso deve ser criado. Neste momento apenas temos uma direcção, o consenso não deveria ser tão difícil.
Muitos dirão que o caminho que aponto é apenas um ceder aos caprichos dos mercados internacionais. Porém, nós não estamos em posição de "tough bargainers", temos de engolir o orgulho e seguir em frente.
Neste momento, no entanto, o maior risco é no entanto de uma solução à portuguesa. De colocar os problemas para debaixo do tapete, adoptando apenas soluções de curto prazo, através de mais receitas extraordinárias ou outras que tais. Devemos agradar os mercados, mas mais do que termos uma indicação de um número agradável de défice no curto prazo, temos que adoptar soluções responsáveis para não vivermos neste "limbo" constante nos próximos anos.
O momento é agora, mãos à obra.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Imaginação
Espero que ambos tenham a noção de que, se o país entrar numa espiral semelhante à grega, muito dificilmente a UE salvará 2 países da insolvência. Portugal tem de agir já, reduzir despesa e acalmar os mercados, de dívida e bolsista. Mas reduzir a sério a despesa pública, com coragem, tomar medidas difíceis, chega de atirar os problemas para trás das costas ou para lá de 2013. É necessário um corte urgente nas despesas correntes do estado, nas despesas sociais, nos mega-investimentos públicos, privatizar empresas inviáveis dentro do sector público (transportes, TAP, RTP, etc...). Há tanto por fazer. Pede-se sobretudo imaginação!
domingo, 25 de abril de 2010
Volta escudo, estás perdoado?
Brain Drain
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Paradoxo da escolha
quinta-feira, 22 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Portugal e o Euro: Uma história de Amor!!!
Fonte: Fundo Monetário Internacional (incluíndo estimativas 2010-12 e 2015).
domingo, 18 de abril de 2010
Deleverage mundial
A economia americana mostra finalmente sinais, mesmo que tímidos, de recuperação. No entanto, apesar de tímidos, os sinais são saudáveis! O crescimento está a ser liderado pelas exportações e a poupança privada aumentou substancialmente. Este "deleverage" das economias dos países industrializados vai demorar alguns anos, talvez décadas, mas porventura teremos um dos mais saudáveis períodos de crescimento económico de sempre. Iremos assistir à substituição dos EUA pela China, no papel de maior consumidor mundial, com efeito visível na valorização do yuan face ao dólar e ao euro. A China, focará o seu crescimento mais no consumo interno, permitindo à Europa e à América do Norte, privilegiarem as exportações e a poupança. O modelo alemão será o guideline. O sistema financeiro deixará de ser um motor de crescimento, e o foco cairá na produtividade e em ganhos de quotas de exportações nos mercados externos. Terão de ser feitos alguns sacrifícios para garantir a competitividade, à semelhança da Alemanha na última década.
Será que Portugal conseguirá também fazer esse mesmo "deleverage"? Ninguém terá certezas...mas penso que todos temos grandes dúvidas!
Último reduto
quinta-feira, 15 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Capitalismo Selvagem!
segunda-feira, 12 de abril de 2010
O PSD
O que une então um partido não ideológico? O PS. Só mesmo o PS une o PSD. A vontade de ganhar as eleições ao PS é o único gerador de consensos naquele partido. O partido une-se quando sente a possibilidade de uma vitória eleitoral. Neste momento, o partido após uma vitória categórica de Paços Coelho, sente que ele pode vencer Sócrates. E une-se. Mas rapidamente irá desunir-se se o efeito Paços Coelho não se reflectir nas sondagens. É a sina de um partido que não consegue manter os seus membros numa linha minimamente homogénea de pensamento.
domingo, 11 de abril de 2010
sábado, 10 de abril de 2010
Jogo das cadeiras

Achei interessante este artigo do Economist sobre o chamado jogo das cadeiras sentimental nos Estados Unidos, entre os negros.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Chicoespertolândia
1) Politica: Não é à toa que a grande parte da nossa classe politica (que por sinal é onde se encontra maior concentração de Chico Espertos) está constantemente a aparecer nos meios de comunicação devido aos seus “esquemazinhos”. Digo “esquemazinhos” porque nem sequer dão dinheiro a sério como foram os casos Freeport, Face Oculta (onde é que já se viu um Vice-Presidente de um banco e ex-politico ser subornado por um sucateiro por 10.000€), etc. Penso que este artigo do Diário de Noticias diz muito.
2) Televisão: Se não fossemos um país de Chico Espertos provavelmente os programas de opinião pública não teriam o sucesso que têm actualmente. Eu sei que todos nós temos um Miguel Sousa Tavares/Marcelo Rebelo de Sousa/Rui Santos dentro de nós. Se tentarmos cometer a proeza de ver apenas canais portugueses durante um dia inteiro iremos apanhar com dezenas de programas onde é permitido à Dona Arminda Marques (56 anos, Reformada, Linda-a-Velha) comentar a viabilidade do TGV (é que ela tem uma irmã na França que andou duas vezes de TGV e portanto está habilitada a comentar qualquer assunto referente a essa temática) e ao Sr.Bruno Lopes (37 anos, Técnico de Vendas, Rio Tinto) expressar a sua opinião sobre a constitucionalidade da lei do casamento homossexual.
3) Futebol: Aqui, para além dos variadíssimos casos de aliciamento de árbitros e de transferências de jogadores duvidosas, vemos uma elevada incidência de Chicoespertice nos treinadores nacionais. Só poderá ser devido a esta doença que afecta a generalidade dos portugueses e que nos confere a capacidade de acharmos que conseguimos ludibriar os outros que a maior parte dos treinadores nacionais, quando joga nas competições europeias, altera a sua equipa/táctica tipo em alturas criticas. Como é óbvio nunca corre bem e isso viu-se ontem em Liverpool. (Sim, escrevi tudo isto só para dizer que fiquei lixado com a derrota de ontem e com as escolhas do Jesus. Mas apesar do que se passou ontem, o homem é o maior!)
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Benchmark Holanda (1) - Sistema de Saúde
Começo pelo sistema de saúde, até porque recentemente vi-me forçado a recorrer ao mesmo. Não que esteja em posição de corroborar o relatório Euro Health Consumer Index que coloca o sistema holandês como o melhor a nível europeu, até porque felizmente não experimentei todos os sistemas de saúde na europa, no entanto fiquei bastante satisfeito com os standards apresentados.
Na Holanda o modelo em vigor é recente (2006) onde praticamente todos os intervenientes são privados. Há um seguro de saúde obrigatório por lei, e o montante a pagar está indexado ao nível de cuidado que se pretende, ou seja, por exemplo quem desejar cuidados como fisioterapia ou odontologia terá que pagar um valor adicional. O montante para o seguro básico ronda uns acessíveis 80-100 euros por mês (acessíveis pelo padrão holandês, utilizaria o adjectivo proibitivos se me referisse a Portugal).
Um factor chave para eu ser apologista deste modelo é o facto do seguro não estar indexado a factores como idade, ou outros factores de risco, como doença, etc, como acontece noutros sistemas. Desta forma, há a chamada equalização do risco. Ninguém irá pagar mais por estar doente, ou já ter uma idade avançada.
As responsabilidades do estado são apenas relacionadas com o custear de doenças com acamamento contante, gastos relacionados com deficiências, etc, ou seja doenças que prossuponham incapacidade permanente.
Àqueles que defendem que o sistema terá menos qualidade que o público, devido a critérios economicistas, e de contenção de custos, o governo holandês respondeu com uma eficiente fiscalização e eu acrescento também que os elevados gastos com o seguro de saúde permitem ao utilizador ter um maior poder de negociação exigindo serviços de superior qualidade. Essa consciencialização aliada a mais informação permitem um superior controlo de qualidade.
Para finalizar, outro aspecto muito importante no sistema, é o estado subsidiar de todos aqueles que não tenham rendimentos para poder pagar o seguro de saúde. Desta forma, ao custear apenas os mais pobres e aqueles que realmente não podem pagar, conseguem minimizar a sua intervenção e principalmente os gastos com o sistema. Por exemplo, quantos de nós não podem pagar bem mais do que a taxa moderadora? Então porque é que ela é aplicada sem qualquer critério diferenciador?
À vossa atenção.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Internet vs. Televisão

terça-feira, 6 de abril de 2010
Peanuts
Para além de ter a maioria do apoio da sua população, Merkel baseia-se numa simples premissa, não quer pagar os erros dos outros.
A Grécia tem um défice público de 12.7% do PIB, dívida pública a 113% do PIB, défice externo > 10% do PIB, taxa de desemprego perto dos 10%, corrupção elevadíssima (é o país da UE com o pior índice de percepção de corrupção, a par da Roménia), pouca liberdade económica (na UE, pior só a Itália) e uma burocracia gigantesca (ao nível da Argentina e das Filipinas de acordo com a IMD).
Mas para quem já sofreu invasões de todo o tipo de povos - Persas, Macedónios, Romanos, Godos, Vândalos, Eslavos, Búlgaros, Árabes, Cruzados, Otomanos, Sérvios, Venezianos, Alemães, Italianos, you name it - tudo isto que se passa agora são "peanuts"...
Público apoia PSD
A notícia refere que o PSD, no final de 2008, devia mais de 10 milhões de euros enquanto que os outros 15 partidos deviam 6,2 milhões de euros. No entanto, o mesmo artigo refere que a divida do PSD baixo de 16,9 milhões de euros, em 2005, para 10,1 milhões de euros, em 2008. Uma impressionante redução de 40%! Agora imaginemos estes senhores a governar Portugal. Se eles, em 3 anos, conseguem reduzir 40% da divida de um partido (um dos maiores) que é mais endividado do que todos os outros juntos imaginemos o que eles fariam com a divida de um país pequenininho que nem sequer é o mais endividado da Zona Euro. Parece-me óbvio que o título “PSD tem mais dívidas do que todos os outros partidos juntos” quer dizer “Gente! Votem nestes tipos que eles sabem o que hão-de fazer à nossa divida!”
Nota: apesar do artigo demonstrar que os meninos do PSD são uns mestres na arte de reduzir divida houve um dado que me colocou algumas reservas sobre a competência destes senhores. De acordo com a notícia, o PSD possui 10 infracções nas suas contas segundo o acórdão do TC enquanto que o PS possui apenas 6. Penso que há duas visões relativamente a este aspecto: a primeira mais irrealista, o PS é menos trapalhão que o PSD logo tem menos irregularidades ou então, o PS é melhor na arte da maquilhagem de contas, arte essa que é fundamental para a governação de um país porque senão acontece-nos o mesmo do que aconteceu à Grécia quando descobriram que os meninos martelavam as contas nacionais.
Música para todos
Quando a questão é colocada nos media, os artistas surgem à cabeça como os principais prejudicados, comparando o usufruto ilegítimo da sua propriedade intelectual com um assalto a uma casa de velhotes, ou quase à crueldade de roubar um chupa-chupa a uma criança. Não digo que em teoria o acto em si não seja reprovável, no entanto analisemos os factos para verificarmos as repercussões práticas.
Neste texto no blog do times, foram desagregadas as receitas da indústria da música, em vários sub grupos.
Curiosamente, ou talvez não, as receitas destinadas aos artistas, sejam através de royalties associados aos direitos de autor ou principalmente de receitas de bilheteira de concertos, aumentaram bastante.
Na minha opinião, a lógica é a seguinte, através da massificação da distribuição gratuita, hoje em dia eu devo ter certa de 30-40 bandas preferidas, quando na altura em que tinha de comprar cd's, ou as fantásticas k-7s, me limitava a meia duzia. De uma forma inteligente estas bandas e empresas promotoras de concertos aproveitaram esta realidade para aumentar substancialmente os seus rendimentos. Exemplo disso, são os mais 15 concertos que eu já tenho agendados para ir quando for a Portugal. País esse que até costumava ser bastante periférico também neste tópico das actuações ao vivo. Desta forma os artistas garantem receitas através de um activo não é replicável, activo esse que foi valorizado através da difusão pirata. Sim, porque a experiência de concerto nunca poderá ser comparada ao ouvir de um CD.
Resumindo, + pirataria -» - receitas das produtoras discográficas, + receitas dos artistas, + variedade musical e principalmente + concertos (só espero que sem o efeito nefasto da subida de preços dos mesmos!)
Parece-me razoável.
Num próximo tópico, vou no entanto referir como a pirataria poderá ser um presente envenenado.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Os Hedge Funds contra-atacam
Contudo os motivos da má performance são naturalmente outros. Quer o Sabadell quer o Bankinter, são bancos exclusivamente de perfil doméstico, sem qualquer diversificação geográfica. Como é sabido, o mercado imobiliário espanhol afundou de forma espectacular, e enquanto que o Santader e o BBVA, e até em pequena escala o banco Popular, conseguiram mascarar a quebra interna com os bons resultados exteriores, o Sabadell e o Bankinter não o poderam fazer. Por outro lado, estes dois bancos sempre foram demasiado valorizados comparativamente aos seus peers ibéricos, nomeadamente o Bankinter, cuja aposta em internetbanking o levou a ser uma espécie de "google" da banca europeia, com múltiplos de P/E de 20-30x até à alguns anos atrás! O ajustamento das acções era portanto inevitável.
Mas de facto, é mais fácil inventar inimigos externos do que reconhecer os próprios erros.
God bless America
domingo, 4 de abril de 2010
Mexia e Seguro
Pois bem, olhando com atenção para as contas de 2009 da empresa, afinal é a Dívida Líquida que atinge os € 14 mil milhões, sendo que a própria Dívida "bruta" é portanto superior. Mas também, verifa-se que o EBITDA da EDP é de quase € 3,4 mil milhões, o que implica um rácio de Net Debt / EBITDA de 4,2x. Comparando com os restantes empresas do Euronext (psi 20), o nível de alavancagem é afinal moderado. Basta ver a Brisa, que tem um rácio Net Debt/EBITDA superior a 7x, ou a REN (gerida pelo amigo Penedos) com um rácio de 5,2 x (2009). O dr. Seguro, no alto da sua experiência financeira, não sabe que o nível de endividamento deve ser comparado à capacidade de geração de cash-flows da empresa, ou seja, deve ser visto de forma relativa!
Uma coisa é criticar a remuneração do Mexia, outra coisa é inventar problemas/factos que simplesmente não existem. Mas descansem, se Rui Pedro Soares chegou a administrador da PT, também António José Seguro, mais tarde ou mais cedo, chegará a administrador de uma qualquer empresa do psi-20. Quando ai chegar, aposto que já olhará para os indicadores de forma relativa.
Celibato, dizem eles...
Mexer os cordelinhos
Deixa-me triste e desapontado, embora não fique surpreso com esta nossa miopia. Um "estudo" relativamente recente concluiu que os portugueses são muito tolerantes com a corrupção. Nada de novo, comenta-se. Parece que somos bastante condescendentes com a “corrupção que produza efeitos benéficos para a sociedade”. A expressão em si é paradoxal e infeliz. Não conheço qualquer tipo de corrupção que seja benéfica e que venha suprir injustiças sociais como se subentende na notícia com a analogia com Robin dos Bosques. Os eufemismos “cunha”, ou o “dar o jeitinho” e “mexer os cordelinhos” significam na prática corrupção. E nada há de benéfico nisto.
É importante frisar que o recrutamento de alguém por cunha, seja por filiação partidária, por laços familiares ou afectivos, tem inúmeras externalidades negativas. Seja a descredibilização da instituição em causa, a fraca produtividade do empregado por ter as “costas quentes”, ou o efeito negativo que terá para a empresa/organismo,etc o facto de não ser a melhor pessoa para o lugar, no contacto com clientes/utentes e no desempenho das suas tarefas. Para já não falar que este atentado à meritocracia mina o nosso sistema de educação e de aquisição de competências, pela ausência de incentivos.
A corrupção, mesmo na sua forma supostamente menos gravosa, o dar o jeitinho, pode custar vidas, o que com alguma probabilidade acontece diariamente no acesso a dezenas de hospitais portugueses.
Será que não nos apercebemos da correlação (se me permitem, causalidade) entre os índices de transparência e os de IDH ou PIB per capita?
O que mais me intriga é a origem desta corrupção encapotada. Será puramente uma questão de tráfico de influência, tipo "eu coço as tuas costas e tu as minhas" ou algo mais? Será pelo contentamento de ajudarmos alguém que nos é mais próximo ou pelo facto de não sermos assertivos o suficiente para rejeitar um pedido de um amigo, conhecido ou parente? Seremos uma nação de cobardes? Possivelmente.
Eugène Terre'Blanche
A primeira vez que ouvi falar deste este senhor foi numa antiga reportagem da bbc, feita pelo Louis Theroux. A entrevista, de finais da década de 90 (penso eu), mostra um homem completamente desligado da realidade sul-africana da altura, ainda com o sonho de construir um estado independente boer-afrikaner na parte oriental do país, nos locais da antiga República da África do Sul/Transvaal, Orange Free-state e Natal.
Mas o que mais me deixou perplexo, tal como ao entrevistador, foi medo que o homem inspirava.
Aqui ficam cerca de 5 minutos dessa entrevista:
O início
Espaço de ideias, bitaites, divagações, palermices, dogmas, axiomas, postulados, teoremas, etc...
O espaço político e económico vai ser o nosso palco principal de intervenção, mas não o único! Tal e qual o professor Marcelo, temos opiniões sobre tudo! Nada escapará ao nosso radar.
