Parece que para Mariano Gago,"Portugal é o caso mais exemplar no pós-guerra, talvez o único, de grande desenvolvimento científico sem brain drain [fuga de cérebros], ou com pouquíssimo". Certo.
Os estudos citados pelo blogue The Portuguese Economy parecem desmenti-lo ao colocarem Portugal com uma % de emigração de trabalhadores qualificados superior ao Togo, Malawi e Cambodja, sendo o segundo país da OCDE com a % mais alta.
Mais preocupante que isto é que, ao que parece, o número tem vindo a aumentar nos últimos anos e não se vislumbram melhorias. O blogue aponta como causas evidentes o fraco crescimento económico e a consequente subida da taxa de desemprego.
Na minha opinião a causa mais impactante da subida nos últimos anos foi a mobilidade que hoje gozamos no espaço europeu, aliada à aposta no ensino da língua inglesa nas nossas escolas. Nos dias que correm com muita facilidade estamos a trabalhar em qualquer país da zona euro, com um salário muito superior ao que se ganha em Portugal e com mais oportunidades de crescer na carreira. Este imobilismo na estrutura das empresas no nosso país é um dos factores, que na minha opinião, mais influenciam os jovens na sua decisão de tentar a sua sorte fora de portas.
E depois há a descrença. A descrença nas vantagens competitivas do nosso país. Não só as actuais mas principalmente as futuras. A decisão de não querer fazer parte de um projecto perdedor.
Há que mudar este estigma. Até porque muitos de nós queremos regressar.
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