Bem, hoje tinha preparado um post sobre os rituais de acasalamento dos guaxinins, no entanto a situação económica do país faz com que eu tenha de adiar por uns dias o debruçar-me sobre este interessante tópico.
Falemos então de bom senso. Não percebo a posição dos responsáveis políticos portugueses. É como um maquinista acompanhar um descarrilamento impávido e sereno, enquanto repete mensagens autistas sobre as condições da linha. Não acho compreensível este sentimento de surpresa quando todos os sinais indicavam que o rating da nossa dívida iria baixar. Não compreendo a falta de ambição no nosso PEC. 8,3% de défice em 2010?! Será melhor revê-lo agora depois de todos os ataques especulativos, crescimento do custo da dívida para níveis recorde e quebra do Psi-20 em mais de 20% desde o ínicio do ano?
É muito fácil apontar factores externos. Falta de liderança europeia e consequente solidariedade, os especuladores, as agências de rating, etc. No entanto nós temos que fazer o nosso papel. Só se o fizermos bem, podemos exigir aos outros um maior empenho em ajudar-nos na nossa situação.
O que temos a fazer então? Temos de ser ambiciosos. Apresentar um novo PEC. Que realmente ataque as despesas, mesmo as despesas com pessoal. Se há algo de bom que esta situação trouxe, foi a de urgência, de necessidade. É sempre mais fácil de implementar medidas se estas forem impostas por agentes externos.
Se a credibilidade dos nossos números é vista como uma questão importante (como é normal que seja), então venham equipas de entidades externas auditar as nossas contas. Quem não deve não teme. Devemos estar disponível para qualquer escrutínio externo se depois quisermos usufruir da denominada solidariedade europeia.
Apesar de neste momento não estar no topo da agenda, continuamos a manter os investimentos megalómanos nos transportes que irão trazer muito pouco valor acrescentado. Vejamos o exemplo da minha cidade natal Beja, e o seu novo aeroporto, ou deveria chamar-lhe parque de estacionamento de aviões? Volto a relembrar o bom senso. O riscar estes projectos seria dar um sinal de credibilidade e empenho por parte do governo em colocar as contas em ordem e não embarcar neste projectos de retorno bastante duvidoso.
Bloco Central. Mais uma vez se o problema da governabilidade é visto como um factor de instabilidade, então o consenso deve ser criado. Neste momento apenas temos uma direcção, o consenso não deveria ser tão difícil.
Muitos dirão que o caminho que aponto é apenas um ceder aos caprichos dos mercados internacionais. Porém, nós não estamos em posição de "tough bargainers", temos de engolir o orgulho e seguir em frente.
Neste momento, no entanto, o maior risco é no entanto de uma solução à portuguesa. De colocar os problemas para debaixo do tapete, adoptando apenas soluções de curto prazo, através de mais receitas extraordinárias ou outras que tais. Devemos agradar os mercados, mas mais do que termos uma indicação de um número agradável de défice no curto prazo, temos que adoptar soluções responsáveis para não vivermos neste "limbo" constante nos próximos anos.
O momento é agora, mãos à obra.
Falemos então de bom senso. Não percebo a posição dos responsáveis políticos portugueses. É como um maquinista acompanhar um descarrilamento impávido e sereno, enquanto repete mensagens autistas sobre as condições da linha. Não acho compreensível este sentimento de surpresa quando todos os sinais indicavam que o rating da nossa dívida iria baixar. Não compreendo a falta de ambição no nosso PEC. 8,3% de défice em 2010?! Será melhor revê-lo agora depois de todos os ataques especulativos, crescimento do custo da dívida para níveis recorde e quebra do Psi-20 em mais de 20% desde o ínicio do ano?
É muito fácil apontar factores externos. Falta de liderança europeia e consequente solidariedade, os especuladores, as agências de rating, etc. No entanto nós temos que fazer o nosso papel. Só se o fizermos bem, podemos exigir aos outros um maior empenho em ajudar-nos na nossa situação.
O que temos a fazer então? Temos de ser ambiciosos. Apresentar um novo PEC. Que realmente ataque as despesas, mesmo as despesas com pessoal. Se há algo de bom que esta situação trouxe, foi a de urgência, de necessidade. É sempre mais fácil de implementar medidas se estas forem impostas por agentes externos.
Se a credibilidade dos nossos números é vista como uma questão importante (como é normal que seja), então venham equipas de entidades externas auditar as nossas contas. Quem não deve não teme. Devemos estar disponível para qualquer escrutínio externo se depois quisermos usufruir da denominada solidariedade europeia.
Apesar de neste momento não estar no topo da agenda, continuamos a manter os investimentos megalómanos nos transportes que irão trazer muito pouco valor acrescentado. Vejamos o exemplo da minha cidade natal Beja, e o seu novo aeroporto, ou deveria chamar-lhe parque de estacionamento de aviões? Volto a relembrar o bom senso. O riscar estes projectos seria dar um sinal de credibilidade e empenho por parte do governo em colocar as contas em ordem e não embarcar neste projectos de retorno bastante duvidoso.
Bloco Central. Mais uma vez se o problema da governabilidade é visto como um factor de instabilidade, então o consenso deve ser criado. Neste momento apenas temos uma direcção, o consenso não deveria ser tão difícil.
Muitos dirão que o caminho que aponto é apenas um ceder aos caprichos dos mercados internacionais. Porém, nós não estamos em posição de "tough bargainers", temos de engolir o orgulho e seguir em frente.
Neste momento, no entanto, o maior risco é no entanto de uma solução à portuguesa. De colocar os problemas para debaixo do tapete, adoptando apenas soluções de curto prazo, através de mais receitas extraordinárias ou outras que tais. Devemos agradar os mercados, mas mais do que termos uma indicação de um número agradável de défice no curto prazo, temos que adoptar soluções responsáveis para não vivermos neste "limbo" constante nos próximos anos.
O momento é agora, mãos à obra.
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