domingo, 12 de setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010

Catcher in the rye

Catcher in the rye. O último livro que li. Sempre resisti a ler este livro. Mesmo depois, de muitos o terem considerado uma das obras primas da literatura “contemporânea”.  Nem a sugestão de Woody Allen me levou a ler este livro. Só recentemente cedi quando uma amiga minha comparou a minha forma de me expressar à  do Holden Caulfield, um adolescente novaiorquino da classe alta que é o narrador do livro. Este jovem acabou de ser expulso do colégio e o livro é o narrar dos 3 dias após a expulsão, antes de regressar a casa.

Confesso que não consegui encontrar grandes paralelismos, talvez apenas no uso de muita linguagem coloquial (i.e. palavrões) (só os americanos para considerarem este livro uma obra prima). Claramente este jovem parece-me muito mais espirituoso aos 16 do que eu sou hoje aos , bem…, mais de 16. Logo não vejo a comparação.

Quando à versão portuguesa, digamos que a sofrível nova tradução, não abona muito em favor do livro. Aliás baseia-se  em algo  com que não concordo. A tradução não deve ser revista apenas para que contemporaneamente as pessoas consigam interpretar os livros mais facilmente.  Não vejo muitos tradutores a reescreverem Shakespeare. A linguagem coloquial deve ser tratada da mesma forma.  Não acredito que Salinger quando escreveu, estivesse a pensar em palavras como “armante” (será que queriam dizer convencido?!) , “chunga “(e todos os derivados da palavra, chungoso, etc), ou mesmo “porreiro” ou "banzado"(nunca tinha ouvido a expressão). Sinceramente a espaços tive muita dificuldade de acreditar se tratava de alguém a viver nos anos 50 não fossem as referências incessantes ao bridge.  Nem vou falar da tradução do título “Catcher in the rye”, que ficou “À espera no centeio”, e que mesmo assim ainda foi uma evolução positiva do totalmente disparatado “Uma agulha no palheiro”. Que tal um “ jogar à apanhada no centeio”, igualmente ridículo mas pelo menos  mais adequado?

De resto é claramente um livro a ler, que vale sobretudo por algumas passagens.

“-Vamos ter montes de tempo para fazer essas coisas… todas essas coisas. Quer dizer, depois de ires para a universidade e assim, e se viremos a casar e assim. Vamos ter montes de sítios estupendos onde ir.

-Não, não vamos ter montes de sítios onde ir, seria completamente diferente. (...) Teríamos de descer de elevador cheios de malas e o resto. Tínhamos de telefonar a toda a gente para nos despedirmos e mandar-lhes postais dos hotéis e tudo.  E eu havia de ter um emprego num escritório qualquer, a ganhar uma data de massa, a ir para o trabalho de taxi ou nos autocarros da Av. Madison, a ler os jornais, e a jogar bridge o tempo todo, e a ir ao cinema a ver uma data de curtas metragens estúpidas e de anúncios de filmes e actualidades. Actualidades. C’um caraças. Há sempre uma estúpida corrida de cavalos, e uma dama qualquer a partir uma garrafa contra um barco, e um chumpanzé a andar na merda de uma bicicleta vestido com umas calças. Não seria a mesma coisa. Não estás mesmo a ver o que eu quero dizer.”

 

“De quem Jesus havia de ter gostado realmente era do tipo que toca os tímbalos na orquestra. Desde os 8 anos que o vejo.  O meu irmão Allie e eu, se estávamos com os nossos pais e tudo, costumávamos levantar-nos  dos lugares e ir para a frente para o podermos ver. É o melhor timbalista que eu vi na vida. Só tem de bater os tímbales umas duas vezes durante todo os espectáculo, mas nunca parece chateado enquanto está à espera. E depois quando os bate, fá-lo muito bem, muito suavemente, com aquela expressão de ansiedade na cara.”

 

“ Entre outras coisas, descobrirás que não és a primeira pessoa a quem o comportamento humano alguma vez perturbou, assustou ou mesmo enojou. Não estás de modo nenhum sozinho nesse ponto, e isso deve servir-te de incitamento e de estímulo. Muitos, muitos homens se sentiram tão perturbados , moralmente e espiritualmente, como tu estás agora. Felizmente alguns deixaram memórias dessa perturbação. Tal como um dia, se tiveres alguma coisa para dar, alguém há-de aprender contigo. E isto não é instrução. É história, é poesia. Não estou a tentar dizer-te que só os homens instruídos e com estudos estão preparados para dar alguna coisa ao mundo. Não é verdade. Mas afirmo que os homens instruídos e com estudos, se para começar, forem inteligentes e criativos, o que infelizmente raramente acontece, tendem a deixar atrás deles memórias mais valiosas do que os homens simplesmente brilhantes e criativos. Tendem a exprimir-se mais claramente, e normalmente têm a paixão de seguir os seus próprios pensamentos até ao fim. E, o que é mais importante, nove em cada dez, vezes são mais humildes do que os pensadores sem estudos.”

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Portugal é o campeão do crescimento"

Depois de um crescimento anormal do PIB registado no 1º trimestre de 2010, altamente aproveitado pelo nosso Primeiro-Ministro ("Portugal é o campeão do crescimento"), voltámos novamente ao crescimento anémico: +0.2% no 2ºT QoQ)!!!

E já estamos em rota de divergência face à média da UE (1.4% versus 1.9% 2T YoY).

Aguardam-se comentários de José Sócrates...

William Kamkwamba

Se não acharem isto inspirador, então esqueçam.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cidade Proibida

Uma palavra de apreço aos senhores do DN pela biblioteca de Verão. Pensava que ia acabar de ler "O Idiota" do Dostoievski antes de começar a trabalhar, mas parece que lá vou ter de andar com o calhamaço no metro. 
Uma agradável surpresa foi o livro "Cidade Proibida" de Eduardo Pitta. Romeu e Julieta gay, onde o que separa Martim e Ruppert, não são as querelas familiares, mas a estratificação social. Um retrato fiel de quem parece ter conhecimento de causa do triângulo da elite lisboeta compreendido entre o Saldanha, a Lapa e as Amoreiras.

Deixo como nota o olhar do plebeu Ruppert a esta sociedade paralela, na qual pequeno almoço significa carpaccio de abacaxi.
"Ruppert ainda não tinha ouvido ninguém comentar os temas do dia, assuntos que mobilizavam as pessoas como ele e faziam manchete nos jornais. À sua volta todos pareciam imunes ao quotidiano. A selva das estradas? Trapalhadas da Justiça? Abuso de menores? Custo de vida? Ameaças da Al Qaeda? Ocupação do Iraque? Bagatelas. O tema eram eles. E gente como eles. Contava o nome. E depois o cargo, sua visibilidade e solidez. ".

Passa por aqui a tal candidatura da direita para fazer face a Cavaco Silva. A da que se preocupa com os problemas reais, tais como o casamento gay e outros que tais. Acho, no entanto, que posso estar descansado enquanto o número de votos não for totalmente indexado à fortuna pessoal.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

€350 milhões

Nesta última semana percebemos que o Interesse Estratégico Nacional neste país oscila entre os €7,15 mil milhões e os €7,5 mil milhões!!!

Morte

Porque é que reconhecemos sempre mais autoridade para falar de carpe diem e questões similares a um doente terminal ou de alguém quase a perecer? Será que achamos que a proximidade da morte lhes dá um insight sobre o que passa do outro lado? Que se tornam especialistas? Que ganham uma percepção especial da vida?
Porque é que não aceitamos da mesma forma as palavras de um jovem saudável que as de um velho moribundo? Será somente pelo factor experiência? Não será que é mesmo aquela imagem da inevitabilidade e da proximidade com a morte que nos faz acordar para a vida? 
A partir do momento que nos apercebemos da nossa mortalidade, sei lá, por volta dos 10-12 anos, o nosso objectivo deveria ser unicamente fazermos aquilo que nos deixa feliz. Seja contribuir para o progresso da humanidade, ajudar o próximo, ou simplesmente "laurear a pevide" ad eternum. Independentemente de termos de conviver mais ou menos com a morte ao longo das nossas vidas. Cada vez que alguém me vem lembrar da felicidade como razão de existir, eu esboço sempre um sorriso amarelo, o mesmo que faria se alguém me viesse lembrar que para viver tenho de respirar. Como é óbvio, todos temos restrições, mas o segredo é maximizar a nossa felicidade dadas essas restrições (sejam elas monetárias, ou simplesmente a chamada preguiça). 
Eu sei que não estou a inventar a roda, e que muitos acham o post redundante e até de mau gosto. A estes  só lhes peço consistência e que não o achem "inspiracional" quando for a minha vez de estar moribundo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Espremer o limão

Este artigo da revista Economist, foca uma questão crucial no momento que vivemos. A relativamente rápida recuperação Alemã, em comparação com o mau momento europeu vivido principalmente pelo "Club-Med", como é possível observar no gráfico que mostra a incidência de desemprego. Esclarecedor.
Partir do princípio que a Alemanha continuará a andar com os restantes membros da Zona Euro ao colo, parece-me irresponsável e ingénuo.
Numa situação em que fomos atraídos pelo canto das sereias dos juros baixos, e da nossa própria propensão para o ócio, sendo ainda pagos para tal, fomos cobaias desta experiência liderada pelos germânicos que conseguiram espremer e bem o preguiçoso limão dos PIGS.
Encontradas novas rotas de comércio que sustentem as exportações alemãs, nomeadamente a crescente classe média ávida de consumo dos BRIC's (ou BIC's) , não faz sentido que os produtivos e pragmáticos alemães continuem a subsidiar uma improdutiva europa que se vê endividada, empobrecida e desta forma sem capacidade para continuar a importar produtos germânicos.
Assim sendo, e seguindo esta lógica, a pergunta que se coloca não é se a Grécia sai da zona Euro mas sim, se haverá incentivo por parte da Alemanha de continuar a subsidiar esta União. "What is in it for them?"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Se a dor de cotovelo matasse!

Parabéns à Espanha por ter sido campeã mundial de futebol, mas parabéns sobretudo a quem organizou e fomentou a actividade desportiva em Espanha.
Ora vejamos e sem querer entrar em comparações com o nosso cantinho à beira mar plantado:
- Ranking ATP de hoje (12-07-10)- 7 espanhóis nos primeiros 30 do mundo, com especial destaque para Rafa Nadal, que é simplesmente nº 1 e campeão de Wimbledon há coisa de 1 semana atrás.
- Último campeão do mundo de basquetebol e medalha de prata nos jogos olímpicos de Pequim.
- Campeão mundial de andebol em 2005 e uma referência na modalidade.
- Uma das melhores equipas do mundo de futsal a par do brasil (finalista no último mundial e campeã mundial nas 2 edições anteriores)
- Respeitável 15º lugar no ranking de medalhas nos jogos olímpicos de Pequim, com 5 medalhas de ouro, com um total de 18 medalhas (quase idêntico às 22 medalhas conquistadas por Portugal em todas as edições que participou).
- Depois de nomes como Sérgio Garcia ou Ballesteros, Espanha continua a dar cartas no golfe, como por ex. com a recente vitória de Miguel Angel Jimenez no Open de França.
- No ciclismo, domínio do Tour de França, com a "armada espanhola" a ganhar todos os tours na era pós-Armstrong.
- Formula 1- a referência de Alonso, e nem queria falar nas motas.
And so on...
O que me interessa aqui não é exaltar e elevar o êxito espanhol, mas sim tentar compreender a razão do seu sucesso.
Terão as pessoas para o lado de lá da fronteira uma superior predilecção para o desporto? Será algo genético? Parece-me pouco provável.
Puramente uma questão de massa crítica? Também não me parece. Aliás, basta compararmos a performance em Jogos Olímpicos da Holanda e Índia por exemplo.
Parece-me o o sucesso estará mais ligado a uma política de incentivos ao desporto, através de um programa educativo que potencie as capacidades dos atletas que antes de serem atletas, foram alunos.
Em Portugal temos vivido um período focado em infra-estruturas e apesar de os complexos desportivos não terem crescido ao mesmo ritmo das rotundas em certos municípios e das auto-estradas, têm registado um acréscimo significativo. A questão penso ser uma "pescadinha de rabo na boca". Como o desporto mais popular é o futebol, então grande parte das infra-estruturas potenciam apenas o crescimento desta modalidade e não de outras. Penso que o ciclo vicioso deve ser quebrado na sua origem. No gosto inicial pela modalidade. Não digo que não fomentemos o futebol, uma das nossas trademarks no mundo, no entanto, na base, na nossa formação, deveríamos ter mais experiências com outros desportos.
Para que isto aconteça temos de dotar as nossas escolas para a prática de outros desportos, e principalmente sensibilizar os professores de educação física para não se limitarem a dar uma bola aos miúdos como forma de os entreter durante a "hora da ginástica".
Temos no entanto também de dar condições a estes professores de educação física, e não continuar a tratar o desporto como o parente pobre do sistema educativo português. Até porque parece que somos os únicos que não percebemos a sua importância, em 1º lugar para o nosso bem-estar e 2º como importante máquina geradora de actividade económica.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Festivais de Verão- SBSR

Apesar de não ser frequentador assíduo dos festivais de Verão, devo confessar que o Super Bock Super Rock tem para mim o melhor cartaz de todos os festivais que se vão realizar em Portugal. Senão vejamos:
Melhor Banda- Vampire Weekend.
Melhor Álbum de 2010- High Violet dos The National.
Melhor Música (ok, de 2009) - Sweet Disposition- The Temper Trap
O vocalista da melhor banda da década - Julian Casablancas
Os tipos que metem os Tetvocal a um canto- Grizzly Bear
Um dos alcoólatras com mais musicalidade do mundo (quiçá como tributo ao patrocinador)- Jorge Palma
A referência- The Artist formerly know as Prince that is called Prince again.
Menção honrosa para os Cut Copy com o grande álbum In ghost colours (e eu que nem gosto muito de electropop)
Enfim, por todas estas razões lá estarei.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os melhores dias de Olegário

Olegário Benquerença mereceu a confiança da FIFA (e da federação) e esteve bem nos 3 jogos que realizou neste mundial. Volta para Portugal com certeza com a sensação de dever cumprido.
Parece que as "gafas" que os adeptos do Barcelona pediram para Olegário, depois das "gaffes" no jogo com o Inter foram esquecidas.
Como singela homenagem fica o vídeo dos Tesourinhos Deprimentes, onde ele imita o seu primo Quim Barreiros.
" Abre os olhos Olegário, quando a bola passa a linha é golo no meu dicionário".

O ministro de Alvalade

De uma coisa não podem acusar Francisco Costa, aka Costinha. De falta de estilo.




Ainda Moutinho

11 milhões, menos mal. Depois da maravilha que foi a última época e do que antevejo que seja a próxima, não se pode considerar que seja uma má proposta. O que mais me chateia é a falta de exactidão nas notícias.  Numa eventual transferência, o Sporting apenas teria direito a 25% do valor que exceda os 11 milhões dispendidos agora pelo Porto, e não 25% do valor total (direitos económicos sobre o jogador). Baseio-me noutra notícia do mesmo jornal que faz referência ao comunicado à CMVM.
Check your own facts Record.

Portugal Telecom vs. Telefónica (versão golden member)

Muito se tem falado e escrito sobre a relação PT- Telefónica, principalmente sobre o seu último episódio (a intervenção do estado português, vetando a proposta da Telefónica através de uma golden share). Vou finalmente partilhar a minha opinião, tão aguardada como os comentários de Jorge Miranda quando se discute a constitucionalidade de qualquer coisa. 
Das opiniões que tenho lido, muito poucos se centram no que realmente está em jogo.
Podemos discutir se a proposta é boa ou não  (convenhamos que uma proposta 3xs o valor da posição PT na Vivo em Maio não é de se deitar fora); a incapacidade da PT encontrar alternativas, a que já fiz referência num post anterior; a posição mais ou menos ávida de liquidez dos investidores portugueses, etc, etc.
O que acho que é indiscutível é que a intervenção estatal foi má. Má para a imagem do governo, da PT e do país em geral. Que confiança dá esta posição aos investidores estrangeiros que queremos atrair para o nosso país? É isto que se entende por liberdade de capitais? Será por acaso que a mais influente imprensa estrangeira e esses ultra-liberais da comissão europeia se opõe veementemente a esta posição? Será que o governo faria o mesmo se em vez de Telefónica se lesse Deutsche Telekom?
Ora vejamos, 74% dos accionistas (quase hand-picked pela administração da PT para estarem na AG) votaram a favor da proposta. Os interesses dos accionistas devem ser salvaguardados, independentemente da sua nacionalidade, da nacionalidade da empresa e dos interesses do estado. Se não queremos que isso aconteça, então mudemos o sistema. Custa-me ver opinion makers como o professor Marcelo a defenderem a posição do governo baseados num provincianismo barato, em que falam de vitória espanhola e derrota portuguesa, numa visão "aljubarrotista" de finanças internacionais. 
E se é verdade que posições como esta (golden shares) estão previstas na maioria dos sistemas jurídicos mundiais, é verdade também que estas são prejudiciais, e anti-democráticas. Ou seja, podemos por um travão à democracia, desde que isso proteja o interesse nacional. E deixemo-nos de coisas, o interesse nacional é equivalente à colocação de meia dúzia de "boys".
Nem vou discutir questões semânticas com o professor Marcelo, sobre se a golden share foi imposta pelo estado ou aceite pelos outros accionistas. Graças a Deus, ou melhor, à sua incapacidade política, que Marcelo nunca foi primeiro ministro.
No mínimo lamentável.

sábado, 3 de julho de 2010

Moutinho no Porto

Ao que parece o Moutinho foi para o Porto. Drama? Nada disso. Em claro sub-rendimento no Sporting, desde que por um preço razoável ( qualquer coisa acima dos 10-12 milhões de euros), não é um mau negócio para o Sporting. A única coisa que me preocupa verdadeiramente é a constante incompatibilização do Costinha com os melhores jogadores do clube. Qualquer dia não temos jogadores para competir e o próprio Costinha terá que calçar as chuteiras para partilhar o meio campo com o seu colega em pré reforma Maniche. No campeonato de veteranos teríamos claramente hipóteses. 

PS: Só estou de acordo com o negócio do Moutinho, desde que levem também o Postiga. De borla, claro.

Europeu ou Mundial?

Bem, para os que afirmavam que este era o mundial para as equipas sul americanas, antecipando o declínio das equipas europeias após fazer a contabilidade nos oitavos de final (4 sul americanas vs. 3 europeias), deve estar agora a pedir conselhos ao Alexandrino tal é a sua inépcia para antecipar este volte face. Sem querer menosprezar a equipa do Uruguai, parece que este mundial será para uma equipa europeia, com o Alemanha-Espanha como final antecipada. Apesar do jogo com o Brasil, não reconheço predicados à Holanda para ser campeã mundial. Das duas uma, ou lá vamos ver mais carros de matrícula alemã vandalizados em Arnhem, ou é desta que "nuestros hermanos" despacham o raio dos Orange.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Momento Chávez


Num surpreendente e despropositado "momento Chávez", assistimos hoje à nacionalização da Portugal Telecom! A vontade de 74% dos accionistas não é suficiente para o Estado Português. Um verdadeiro escândalo o que se passou hoje...

It was about time

"Larry King Live" acaba no Outono. Será que a CNN vai aproveitar para dar uma volta à sua programação? Espero que não ceda à tentação de recuperar as audiências perdidas através de um alinhar com a Fox News e MSNBC. Já não há pachorra para mais Glenn Becks e Jim Cramers. 

Exemplo

Que Queiroz ponha os olhos neste senhor.

Fora-de-jogo

Afinal parece que o Villa estava em fora-de-jogo. Fora isso, foi duro. Não vou chorar no molhado.

domingo, 27 de junho de 2010

Fernando Nobre, demasiado coloquial

Fernando Nobre, o populista. Este será o cognome de FN se for eleito e se os Presidentes da República tivessem mantido a nobre tradição dos cognomes (deixarei uma nota de apreço aos mesmos num post futuro). Vê-se que é um homem que fala para todos os portugueses, quando afirma que a situação de Portugal a "uma hérnia estrangulada", que precisa de ser operada antes que surja "a terrível peritonite e a irremediável morte".
Já o estou a ver no Bolhão a explicar a meia dúzia de peixeiras o procedimento cirúrgico associado à remoção de uma hérnia discal. O Paulo Portas que se acautele pois vai deixar de ser o menino bonito. 
Fiquei também mais descansado por saber que Mário Soares não tem a peste negra. Finalmente Nobre, na sua qualidade de médico, dissipou as dúvidas que muitos portugueses tinham há vários anos. Fico no entanto surpreso por ele, na posição em que está, se poder dar ao luxo de ostensivamente repudiar os votos das pessoas com peste negra.

Özil


Este jovem de olhos assustadores joga que se farta!!!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Flash Parlamento

A vida decorre tranquilamente no parlamento português, entre "6 apitos de vuvuzela" e planos "adequitely ambicious". 

Gabriel Alves

Em tempo de Mundial quem mais do que Gabriel Alves
O óbvio
" Juskowiak... a vantagem de ter duas pernas!"
"...e podemos ver que o público está vestido"

O metafórico
“Kenneth Anderson, 1 metro e 93 de golo…”, 
"Foi um jogo incolor, insípido e inodório..."
"A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco..."

O paradoxal
 “Fica na retina um cheiro de bom Futebol.” -
 “…neste estádio ouve-se um silêncio ensurdecedor…”

No fundo a referência
"Superavit, tecnicista dos centro-campistas do Sporting, em relação aos do Porto"
Um fã do grande mestre decidiu "twitar", adaptando os seus bitaites a este mundial de futebol. Muito bom. Um bem haja.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nani

O "caso" Nani é ilustrativo da nossa mentalidade. Muita tinta correu sobre o facto de estar ou não lesionado, extrapolando que a sua exclusão se devia a indisciplina, recusa a controlos anti-doping ou mesmo a uma disputa pessoal com o treinador, entre n outras explicações. Bem, uma coisa é verdade, criatividade não nos falta.
Em tudo vemos sinais, nas palavras do seleccionador ("decisão mais difícil da carreira"), do Nani (" numa semana estou bom"), e mesmo o facto de ele abrir a porta do carro com o braço esquerdo, indicava que havia tramoia das boas. Episódio que só poderia ser resolvido com um parecer externo e agora afinal a lesão de Nani leva mesmo 4-6 semanas a recuperar, segundo um médico da FIFA.
O facto é que este é um dos nossos piores defeitos. Sermos desconfiados. Acreditarmos que ninguém dá "ponto sem nó". Não digo que seja totalmente infundado. Acho no entanto que numa óptica de custo/benefício, é algo que claramente não compensa. O tentarmos observar as segundas intenções em tudo o que se faça, encarando isto como um meritório e elaborado exercício intelectual sai-nos muito caro. Porquê? Basta vermos que este sistema de permanente desconfiança é uma das razões para que sejamos dos mais improdutivos na Europa, focando-nos sempre no acessório e nunca no essencial.  O acreditarmos num bem nacional que supere as realidades comezinhas é um factor chave para superarmos a situação actual. 
É óbvio que me irão dizer que com os líderes actuais, há que ser desconfiado até porque governam sempre em causa própria. O que eu digo é que é essa permanente desconfiança que faz com que isso seja legítimo. Se estamos sempre à espera que os membros do poder sirvam os seus interesses, não será surpreendente quando o fizerem, e pelo facto de não sermos surpreendidos e chocados por isso, eles não sofreram as repercussões devidas. 
A base de um sistema eficiente deverá ser: o acreditar no bem comum, o dar o benefício da dúvida, e  o punir dos responsáveis quando não cumprirem o seu dever.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Brawnix e Beefix


Uderzo e Goscinny publicaram "Astérix chez les Belges" em 1979. Asterix e Obelix partem em direcção à região da Belgae ressentidos com a declaração de admiração de Júlio César ("entre os povos gauleses, os belgas são os mais corajosos"). Após entrarem na Belgae, deparam-se com uma aldeia de corajosos belgas que bebem cerveja e comem carne com a mesma facilidade com que massacram soldados romanos. Curiosamente, a aldeia belga é governada por dois chefes, Brawnix e Beefix, que estão sempre prontos a discutir um com o outro!

Por mais que os descentes francófonos de Beefix resistam, motivados pelo menor desenvolvimento económico da Valónia e pelo romantismo da Guerra de Independência de 1830, será praticamente inevitável uma separação definitiva das duas regiões. Para quê prolongar a existência de um "não país", com duas línguas e culturas diferentes unidas por uma monarquia de origem alemã escolhida por britânicos e franceses???

O impasse político dos últimos anos tem sido de tal modo absurdo, que quanto mais cedo se resolver melhor. Em 1992, na ex-Checoslováquia já se fez algo semelhante. É apurar um rácio e começar a dividir os bens...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Shame on you, Nederlanders

Geert Wilders e o seu partido de extrema direita, PVV, Partido para a Liberdade (sim, a palavra liberdade vende muito nos países baixos e é utilizada muitas vezes num sentido lato), foram os grandes vencedores das eleições na Holanda. Se nas eleições legislativas anteriores já contavam com 9 deputados (de 150), desta feita conseguiram uns impensáveis 24! deputados com cerca de 16% dos votos. Isto numa das nações supostamente mais tolerantes da Europa.
As palavras de Wilders resumem bem a escolha holandesa. "Holanda escolheu mais segurança, menos crime, menos imigração e menos islão”. A repugnância que me provoca a xenofobia deste senhor é indescritível, e mais ainda as suas tentativas de passar como defensor dos direitos humanos e patrono da segurança, ele que foi responsável por autênticas pérolas como este Fitna. Aliás se alguém anda a criar um clima de crispação social que poderá levar a uma escalada da insegurança, não é outro senão ele. Convém referir que mais de 20% da população da Holanda tem uma etnicidade não holandesa, e uma grande parte é originária de países muçulmanos ( principalmente do Magrebe e Turquia).
Mais do que isto, o que me faz confusão é como é que num período de crise, 16% dos eleitores holandeses escolhem um partido que pensa que a economia é um jogo de soma nula.

terça-feira, 8 de junho de 2010

"I always even out"

Em simultaneo com a pior notícia do dia, vem a melhor notícia do ano possível para um sportinguista:
"Udinese e Catania querem Grimi"!

Serviço Público

Periglicofilia. Alguém sabe o que é? Não? Privatizem a RTP se fazem favor.

Austeridade

Ainda não é desta que vão começar a expandir o consumo interno:
"Alemanha prepara redução salarial na função pública e corte das prestações sociais".
Aquela mentalidade prussiana inflexível não vai dar mesmo "abébias" ao resto da zona Euro...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Esquizofrenia parte 2

Fica aqui o link da entrevista de Judite de Sousa a Manuel Alegre, no dia 2 de Junho.

Neste entrevista, Manuel Alegre revela que quer basicamente tudo ao mesmo tempo! Consolidação das contas públicas, reforço do Investimento Público, Reforço dos Apoios Sociais, tudo! Um conjunto de zig-zags, de lugares comuns, de chavões ideológicos de esquerda, numa tentativa de agradar a todas as esquerdas (até um piscar de olho ao PC).

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Jornalismo de excelência!

Zézé Camarinha arranjou novo trabalho. Ao que parece escreve no site da RTP... Com que então o Prof.Queiroz disse "Vive então os miudos sozinhos"

Podia ser que ninguém reparasse

Fruto da minha passagem pela Holanda (8 feriados) que, a par da Grã Bretanha, é um dos países da Europa com menos feriados, eu já me tinha apercebido da generosidade dos nossos 14! feriados. Número que cresce para 22!, se juntarmos tolerâncias de ponto (isto não fazia ideia, embora espere que seja só este ano com a visita do sr. de branco). 
Qualquer dia fazemos concorrência à Índia, embora tenhamos alguma dificuldade em justificá-lo até porque a nível de diversidade cultural e religiosa as duas realidades não sejam bem comparáveis.
Concordo que o impacto dos feriados a mais a nível financeiro não é negligenciável, no entanto em vez de defender a sua eliminação, eu os transformaria em feriados facultativos. A sua adopção iria variar de empresa para empresa, podendo ser utilizados como dias extra, um complemento motivacional, um incentivo à produtividade. 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Esquizofrenia

Manuel Alegre conseguiu um feito impressionante. Obteve o apoio do PS e do BE na 1ª volta da eleições Presidenciais, ainda por cima, perante a actual conjuntura política. Como conseguirá Alegre manter o apoio dos dois partidos?
Quando lhe pedirem a opinião sobre uma qualquer medida do PEC, o que vai fazer? Vai apoiar cortes nos apoios sociais e perder eleitorado do BE? Vai desfilar pela Av. da Liberdade numa qualquer greve e perder eleitorado do PS? Vai recitar um poema sobre a selecção nacional de futebol? Como irá manter-se no limbo sem cair durante + de 6 meses?
A situação é de tal modo absurda que até pode ser que funcione! A imprevisibilidade da política é tão grande, que tudo é possível...bem quase tudo!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Levamos por tabela

Fitch baixa rating da dívida de Espanha.
Quero ver o PSI-20 na segunda.

Cada vez mais longe

Bom post do Álvaro Santos Pereira, sobre a distância que separa o nosso sistema educativo dos nossos vizinhos na UE, quer a nível quantitativo (anos médios de escolaridade), quer a nível qualitativo (nquéritos de PISA).
Parece que a nível quantitativo, e apesar da escolaridade média ter evoluído bastante nos últimos anos, a distância relativa para o core europeu não tem sido reduzida nos últimos anos. De PISA nem vale a pena falar. Simplesmente sofrível, apenas superando o México e Turquia nos países da OCDE. Deixo apenas uma nota: nós não contribuímos apenas para os maus resultados do nosso país, mas também influenciamos os dos outros (vejam o exemplo do Luxemburgo no teste de 2000 para literacia). Em Dezembro saem os resultados do teste levado a cabo em 2009. Deve ser bonito, deve.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Assim como não quer a coisa...

...esperemos que os nossos credores não descubram.


Via Albergue Espanhol.

Rosé Socratiés

E eu ainda pensava que o meu castelhano era mau. Que dizer deste menino?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Merda

"Iakov, o filho de Estaline, foi prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, e encontrava-se detido num campo onde também havia oficiais ingleses. As latrinas eram comuns. O filho de Estaline deixava-as sempre sujas. Os ingleses não gostavam de ver as suas latrinas cheias de merda, mesmo que a merda fosse do filho daquele que era então o homem mais poderoso do universo. Ralharam com ele. O filho de Estaline ficou ofendido. Os oficiais ingleses voltaram a repreendê-lo e obrigaram-no a limpar as latrinas. Zangou-se, discutiu com eles e agrediu-os. Por fim, pediu para ser recebido pelo comandante do campo. Queria que ele arbitrasse o diferendo. Mas o alemão estava demasiado imbuído da sua importância para deixar-se envolver numa discussão sobre merda. O filho de Estaline não pôde suportar tal humilhação. Lançando aos céus as pragas russas mais tremendas, correu em direcção ao arame farpado e electrificado que cercava o campo. Atirou-se contra os fios. Aí ficou suspenso o corpo que nunca mais havia de sujar as latrinas britânicas.
O filho de Estaline deu a vida pela merda. Mas morrer pela merda não é uma morte absurda. Os alemães que sacrificaram a vida para aumentar o território do império para leste, os russos que morreram para que o poder do seu país se estendesse mais para ocidente, esses sim, morreram por um disparate e a sua morte não tem qualquer espécie de sentido nem de valor geral. Em contrapartida, a morte do filho de Estaline foi a única morte metafísica no meio da estupidez universal da guerra." @ Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Telhados de vidro

Segundo Ricardo Salgado, os "especuladores tiveram muito espaço e muito tempo à solta". Alguém deveria avisar este senhor que no seu Banco Espírito Santo Investimento (BESi), algumas dezenas de empregados se encontram à solta há muito tempo e dedicam-se quase exclusivamente a essa actividade. Aliás só no 1º trimestre de 2010, o "período de ouro da especulação", o BES obteve proveitos de €67.7 milhões apenas em "Resultados de activos financeiros disponíveis para venda", via principalmente acções do Banco Bradesco no Brasil, da PT e da EDP. Mas essa já é boa especulação...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

PT vs. Telefónica round 2 (...of many more to come)

Não é de hoje que a Telefónica quer comprar a parte da PT na Vivo.  Aliás, como este artigo do Economist faz referência, a empresa espanhola esteve na falange de apoio à Sonaecom quando esta lançou aquela OPA sobre a PT no início de 2006. Saudosos tempos em que OPA era a sigla financeira mais discutida  em Portugal, em oposição ao actual PEC.
Se ninguém discute que a proposta é bastante generosa (cerca de 140% acima do preço actual), mais de 80% da avaliação média dos analistas para esta posição e substancial para a PT (cerca de 80% do capitalização bolsista da empresa), também ninguém duvida que a aceitar esta proposta, o modelo de crescimento da empresa ficaria seriamente ameaçado.
A grande questão que se coloca é que alternativas de crescimento teria a PT, por forma a utilizar este capital para diversificar o seu risco do estagnado mercado nacional. Poucas diria. A aposta actual em países como a Hungria, e mesmo nos países africanos (Quénia, Namíbia, Angola, etc), quer por uma questão de escala, quer de riscos associados, não oferece garantias de sucesso.
A Vivo, por sua vez com cerca de 30% de um mercado de 180 milhões de utilizadores, oferece claramente escala, representando quase 50% das actuais receitas da PT.
A Telefónica vê o controlo desta empresa como uma forma de fortalecer a sua posição na America Latina onde Carlos Slim tem vindo a ganhar terreno nos últimos tempos.
Para a PT é crucial manter a posição na Vivo, enquanto não se vislumbrarem alternativas de sucesso. É no entanto também crucial que os seus executivos criem essas mesmas alternativas, não caíndo no lugar comum de dizerem que o mercado das telecomunicações atingiu uma fase de total maturidade a nível mundial. Até porque existem muitos mercados em que isto não é verdade. E se a própria PT tem tido capacidade de se reinventar em Portugal, tem também de o fazer além fronteiras.  Porque tudo tem o seu preço.

De Espanha...

...nem bons ventos, nem bons casamentos, mas pelos vistos bons exemplos
A ligação Poceirão-Caia é cada vez mais uma realidade.

Ah, então era isso...

Villas-Boas no Porto.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Jorge Coelho

A frase do dia: "Se eu quisesse podia ter sido primeiro-ministro".
O país agradece o favor que Jorge Coelho nos fez em não ter decidido ser primeiro-ministro.

Não satisfeito com a declaração anterior, jorge Coelho referiu ainda que não tenciona voltar à vida política e que "só um maluco é que se mete nisso". É bastante curioso o desprezo de Jorge Coelho pela vida política neste momento, vindo de uma pessoa que deve o cargo que ocupa como CEO da Mota Engil (700 mil euros no bolso em 2009) ao facto de ter sido ministro das obras públicas e líder "de facto" do aparelho do PS durante mais de 10 anos. Soa um pouco a ingratidão, não...

Estive mesmo fora estes últimos 2 dias

Nem vou fazer enfatizar as críticas do Eduardo Pitta ao chamar ao Frasquilho, Dr. Jekyll e Mr. Hyde. A única coisa que peço é que acabemos com este hábito irritante de varrer para debaixo do tapete cada vez que uma visita nos bate à porta.
Obrigado.

Greenberg

Fui ver o novo filme do Noah Baumbach, com o Ben Stiller, que aparece num registo muito diferente ao que nos habituou. Ben é Roger Greenberg, um homem neurótico, abrupto, que esteve internado numa instituição psiquiátrica e que vai tomar conta da casa do irmão em LA quando este se ausenta com a família para o Vietnam. Com 40 anos, carpinteiro, mas sem um rumo certo, pretende dedicar-se a não fazer nada, e tem como principal hobby escrever cartas de reclamação. 
Este filme fala de oportunidades perdidas ("Youth is wasted on the young"), da dificuldade em preencher os vazios, com que de uma forma ou de outra todos nos podemos identificar. Da maturidade que é preciso ter para finalmente encarar o nosso fado ("It's huge to embrace a life you never planned").
Foca-se também nos conflitos geracionais, e da forma como a confiança, alicerçada na arrogância se tornou condição sine qua non para subsistirmos no mundo actual. Fala da falta de respeito que as novas gerações têm em relação aos mais velhos e sábios, e da forma arrogante e petulante com que os encaram ("- I'm scared of you kids"). Do previlegiarmos a forma em vez do conteúdo. Do essencial que se tornou sermos bem sucedidos aos olhos dos outros ("It's brave to try do nothing at our age"). Do vivermos numa permanente vontade de regressar ao passado, sem nunca apreciarmos o presente, e de termos de criar novos exemplos para os nossos filhos, talvez numa tentativa de aliviar a pressão e as nossas responsabilidades (" Adults that dress like children, children that dress like super heroes").
Um filme a rever daqui a uns anos.

Falta-te um bocadinho assim...

Hoje, em Beja, fui a um concerto de uma banda portuguesa, chamada Sean Riley & the Slowriders. Banda com músicos multifacetados, definiria a sua sonoridade como algo entre Bob Dylan e rock alternativo. Não fosse a por vezes fraca dicção do vocalista, e facilmente os colocaria no meu top de bandas favoritas. Os bilhetes custavam 3.5 Euros. Estariam na audiência cerca de 50 pessoas. 
À mesma hora, tocavam no Pavilhão Atlântico os Mettalica, com uma legião de fãs,  num concerto para dezenas de milhar de pessoas cujos bilhetes, com preços a oscilar entre os 35 e os 50 euros, esgotaram 4 meses antes do próprio espectáculo.

Longe de mim querem comparar uma banda com o "track record" dos Metallica a estes rapazes de Coimbra. Quando os Metallica começaram a tocar juntos muitos dos membros desta banda provavelmente nem tinham nascido. Acho que posso, no entanto, comparar esta banda a alguns grupos internacionais que atraem legiões de fãs, e que também têm apenas muitas vezes 1 ou 2 álbuns lançados. Falo de, por exemplo, de The Kooks, Cansei De Ser Sexy, The Fratelis (recentemente separados), Noah and the Whale, ou mesmo os próprios Arctic Monkeys, Beach House, MGMT ou Vampire Weekend. Todos estes meninos enchem recintos com milhares de pessoas, mesmo não tendo mais do que 6 ou 7 anos de actividade como banda e no máximo 3 álbuns editados. E não me venham falar da originalidade da sonoridade, porque embora reonhecendo que isso possa ser verdade no caso de Beach House ou VW, tenho grandes dúvidas quando falamos de Fratelis, Artic Monkeys ou The Kooks.

Muitas vezes o que distingue uma banda de outra é obviamente um puro exercício de marketing, mas muitas vezes não é apenas um marketing que nos é impingido, mas algo que naturalmente fazemos. Da mesma forma que não gostamos de jantar num restaurante vazio. Muitas vezes o dono do restaurante não precisa de um menu apelativo, ou de ter pratos mais deliciosos ou em conta que os restantes, basta ter apenas aquela ponta de sorte, e aproveitar o fenómeno de massas. 

O meu ponto é o seguinte: a distância entre uma banda de topo e uma banda de garagem a nível de fãs, remuneração e reconhecimento é abissal, mesmo quando em muitos dos casos a real diferença a nível de sonoridade e qualidade das letras é totalmente negligenciável.  
É muito lixado ter o azar de ser segundo.

domingo, 16 de maio de 2010

A sucessão socialista

Eles andam ai. Paulo Pedroso e António José Seguro. Um critica violentamente o PEC II e a "excessiva personalização" do PS e o outro a dizer que quando o mandato de Sócrates chegar ao fim irá assumir as suas responsabilidades.
Apesar de mais discretos que os seus adversários sociais-democratas, os socialistas começam a posicionar-se à sucessão de Sócrates por entre os cacos em que se encontra o partido. Dividido entre PEC e não PEC, ou talvez mais Poder e não Poder, entre Alegre e não Alegre, o PS começa a apresentar uma progressiva desagregação interna. Sócrates já não é o líder intocável do passado. Quem diria? O jogo das cadeiras rosas já começou!

A aposta militar

Agora percebo a aposta na defesa nacional de muitos governos conservadores. Não fazia ideia do nível de entretenimento que pode proporcionar. Coloca-se a interessante questão: de que orçamento é que este meninos são pagos? Da Defesa, ou ... da Cultura?

sábado, 15 de maio de 2010

Contradições

Depois de algum tempo sem postar devido a um retiro espiritual para introspecção (mentira, foi apenas desleixo mas tinha que arranjar introdução para o tema) decidi voltar depois de ver o seguinte: ao que parece a “forte presença de crentes” durante a visita do Papa foi “superior às previsões dos organizadores”. Quem acompanhou a visita pela televisão confirma a veracidade desta notícia uma vez que estavam presentes milhares de pessoas tanto a missa no Terreiro do Paço como na missa em Fátima (mais de meio milhão de pessoas). Isto só pode ser um sinal que Portugal é um país cheio de fé e de crentes. Mas serão mesmo assim tão crentes?

Quando via a transmissão da visita, eu imaginei este cenário:
Vamos supor que durante o decorrer de qualquer uma das missas sai da multidão uma pessoa que se dirige ao altar. Vamos supor também que essa pessoa é a Alexandra Solnado. Ela dirige-se ao altar e afirma que vê e fala com deus. Qual é que seria a reacção do Papa e de todos os crentes? Aposto que todos, sem excepção, iriam dizer que a senhora era maluca. Isto não é pouco lógico?

Isto é o que me faz confusão nos católicos. Todos eles são devotos fiéis e acreditam que deus existe apesar de nunca o terem visto ou ouvido (Até aí tudo bem, eu também acredito que o Euromilhões existe sem nunca o ter visto nem nunca ter conhecido ninguém a quem tivesse saído). No entanto, se aparece alguém a dizer que falou com ele ou o ouviu, essa pessoa passa por maluco. Estão perante alguém que pode provar que aquilo em que eles acreditam é real e a primeira coisa que fazem é descredibilizar essa pessoa. Enfim… é apenas mais uma das contradições da malta católica!

Não percebo porquê

Quem ganhou com o posar desta rapariga para a Plyaboy? 
- A Playboy Portugal cujas vendas aumentaram exponencialmente em Torre de Dona Chama (lol Dona Chama). E que bem precisa, porque ninguém ficou indiferente ao ridículo acto de desespero de colocar RAP na capa da revista em Dezembro último.
- Os alunos, por motivos múltiplo e óbvios. Precisam de recorrer menos à imaginação em caso de necessidade e ganham uma motivação extra para ir às aulas. 
- A professora, que pode ganhar uns trocos. Aliás, penso que o posar para a revista se qualifica como actividade extra-curricular, a menos que tenham alterado em muito os currículos desde o meu tempo, área pela qual esta professora é responsável na escola de Torre Dona Chama.
- Os pais, que conseguem manter os filhos na escola em actividades extra-curriculares condignas em vez de andarem ao pássaro ou em cowboyadas à la "Brokeback Mountain".

Quem perdeu?
Não sei, sinceramente.A única razão que encontro para esta decisão é ressabiamento. Não sei porquê, mas algo me diz que quem tomou esta decisão foi uma mulher. E o que ganhámos com isso? O facto de todos os jornais brasileiros já estarem a comentar. A chamar-nos "caretas", com certeza. Culturalmente, adoramos ser vistos como os pudicozinhos cá do bairro.

Bem, uma pergunta. É a loira ou a morena? É que eu baseei toda a minha análise no facto dela ser a morena.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fusão!


Não resisti a retirar esta foto do Cachimbo de Magritte, que por sua vez já a tinha "surripiado" ao Minoria Relativa.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Irracionalidade

Apenas para deixar uma nota que irei aprofundar futuramente.
Não percebo porque não conseguimos desvalorizar as coisas negativas do presente e valorizar as positivas.
O tão popular "Carpe Diem" vale principalmente para as coisas que nos fazem sofrer. Falta-nos objectividade e ninguém tem a capacidade de se distanciar quando a realidade vem sem avisar.
Todos de certeza já ficámos super chateados quando tivemos uma má nota num exame, não fomos correspondidos num flirt ocasional ou perdemos uma oportunidade de emprego. No entanto hoje quando pensamos nisso a distância temporal encarregou-se de ou apagar as memórias ou de nos tornar indiferentes a elas.
A questão é que a repetição de situações, muitas vezes, não nos torna imunes e quando estas ocorrem voltamos a sentir o que experienciamos na primeira vez. É completamente irracional.
E pior. Muitas vezes o que sentimos é equiparável a acontecimentos de que realmente nos vamos lembrar para toda a vida.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Acabámos de perder o Mundial

Claramente acabámos de perder o Mundial, mesmo antes de começar. Porquê? Será porque os nossos jogadores estão em subrendimento? Porque não estão entrosados? Porque nos faltam referências no ataque e solidez defensiva? Porque temos um seleccionador pouco carismático que não galvaniza os jogadores?Não.
A razão é simples, Queiroz não convocou suficientes jogadores do Benfica. Jesus já avisou. Depois não venham pedir batatinhas.

Zé Castro


Será que o Carlos Queiroz pediu autorização aos pais desta criança de 14 anos para levá-la à África do Sul?

Para quem passou toda a época lesionado e só tinha uma única interncionalização, compreende-se a surpresa!

Portugal- Exemplo a seguir?

Normalmente quando pensamos em liberalização do consumo de drogas, pensamos na Holanda. E se é verdade que no caso das drogas leves a legislação holandesa é mais permissiva que a portuguesa, pois permite a sua comercialização, o mesmo não se aplica às drogas no seu todo. 

A descriminalização do uso de drogas em Portugal (incluíndo cocaína e heroína) que ocorreu em 2001, parece, no entanto, ter tido resultados bastante positivos. Neste ponto somos neste momento apontados como um caso de sucesso, provavelmente precursor de legislação noutros países. 
Nada do que se receava aconteceu, Lisboa não se tornou num destino turístico para consumo de drogas e este não aumentou exponencialmente.

Um estudo levado a cabo pelo Cato Institute (instituto de investigação sediado em Washington), em 2009 vem consubstanciar estes pontos, indicando uma melhoria absoluta e relativa na maioria das métricas testadas.

Se o uso de drogas não decresceu significativamente, o maior efeito foi sentido ao nível das patologias relacionadas com o uso de drogas ( através da partilha de seringas com a SIDA à cabeça) que se reduziram substancialmente. O mesmo aconteceu com o número de mortos por abuso de drogas. A lógica advém do facto de uma das principais barreiras ao viciado obter tratamento, ser o medo de sofrer repercussões criminais. Desta forma, com a descriminalização o governo pode oferecer tratamento aos seus cidadãos, melhorando o cuidado com estes doentes. Sim, porque efectivamente são doentes.

Prova que o efeito pode advir da legislação, é, por exemplo, a acentuada redução de casos de SIDA entre os toxicodependentes em comparação com apenas um ligeiro decréscimo entre os não toximanos. 

Igualmente quando comparado com a realidade europeia, Portugal tem também razões se congratular. Os números colocam-nos como o país com menor prevalência de cannabis, e bem abaixo da média no consumo de outras drogas.

Convém referir que à data do relatório, Portugal era o único país da UE que explicitamente descriminalizava o uso de drogas. O nosso país é assim apresentado como um exemplo a seguir, um case-study de sucesso pioneiro neste tópico ainda sensível nos dias que correm.

domingo, 9 de maio de 2010

Subsídio de desemprego

Muito se tem falado das mudanças na atribuição do subsídio de desemprego. Para além do óbvio desincentivo que o subsídio cria de regresso ao mercado de trabalho, vi críticas nos media internacionais que o subsídio em Portugal "era generoso mesmo para padrões europeus".
Primeiro, vejamos o que foi anunciado (ou o que deu para perceber dos media nacionais).
- Subsídio de desemprego terá para todos os escalões um tecto de 75% do rendimento líquido auferido enquanto empregado.
- Medidas mais restritivas não no acesso ao subsídio mas meramente no controlo da atribuição do rendimento.
- Eventualmente tomar medidas que potenciem a mobilidade geográfica dos desempregados. 

O ponto 2 não deve oferecer contestação à partida, tal como o ponto 3 desde que se tenham em atenção as assimetrias regionais, e flexibilidade do trabalhador em causa.
Gostaria no entanto de me focar no ponto 1. Será o valor de 75% justo? 

Num paper de 2008, da Universidade de Durham no Reino Unido, encontrei uma tabela que pretende comparar as condições da atribuição dos subsídios de desemprego nos vários países europeus, % do rendimento médio do trabalhador, duração do subsídio e período de espera para um caso hipotético (trabalhador com 40 anos e 22 anos de experiência)- dados de 2004.
Neste documento é possível observar que Portugal com um subsídio que representava 83% dos rendimentos auferidos pelo trabalhador é o país que regista de longe o valor mais elevado dos 23 países contemplados neste estudo. 
No capítulo da duração do subsídio temos também um regime bastante generoso, apenas ficando atrás dos estados escandinavos e do sui generis exemplo Belga (sem período limite).
Apenas na atribuição do subsídio os 540 dias nos últimos 2 anos, parecem restritivos e acima da média europeia.
Resumindo. Sim, Portugal parecia ter um modelo bastante mais generoso que a média dos países europeus, e a nova restrição parece razoável mesmo se não tivessemos em linha de conta a nossa situação periclitante. Aliás, mesmo com esta nova restrição gostaria de ver um estudo comparativo.
Temos de criar incentivos de regresso ao mercado de trabalho e combater o ócio. 
O próximo passo é flexibilizar o nosso mercado de trabalho.




Só porque merece

O 1º presidente remunerado do Sporting Clube de Portugal e simultaneamente o associado a uma das piores épocas da história do clube (se não a pior), vai receber EUR 200k por ano de salário base. Nada mau, quase a tocar os EUR 250k do Vitor Constâncio como Gov. do BP. O que vale é que se vai ficar mesmo por este valor já que o resto está ligado aos futuros resultados. Eu não sei, mas cá me cheira que o Torneio do Guadiana e o triangular de Santa Comba Dão vão começar a fazer parte dos objectivos deste ambicioso Sporting para a época que se avizinha.

sábado, 8 de maio de 2010

New Lino


O Ministro das Obras Públicas acabou de assinar a adjudicação do TGV mas afirma que a Terceira ponte do Tejo vai ser reponderada.
Surge então a questão:
- Sem ponte como é que vai o comboio para Lisboa? Pelo ar? Teletransporte?

Esta "reponderação" é pura ficção! Obviamente, que um projecto implica a existência do outro. Se não é essa ponte, será outra construída!!! Este novo ministro já atingiu os pergaminhos do seu antecessor...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lib-Dem

Como Labour + Lib Dem fica curto, de resultado desapontante a grande janela de oportunidade vai apenas uma coligação. Alguém tem de ceder, vamos ver se Nick Clegg é um tough bargainer ou não.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Constâncio

Vitor Constâncio, agora que vai sair do país, já começa a achar "normal" algumas coisas...fantástico!

Eleições no Reino Unido

Hoje realizam-se as eleições no Reino Unido.  
De forma a poderem torcer pela vossa "equipa" de uma forma mais coerente, aqui vai um link do Telegraph para verem qual o partido que se identifica mais com a vossa posição.

PS: Apesar de tudo, a mim deu-me Labour.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Castelo de cartas


Ao observar este gráfico do NY Times, que vi neste artigo, pergunto-me como foi possível protelarmos a ajuda à Grécia durante tanto tempo. 
PS: Não fazia ideia que os gregos nos deviam tanto. Obrigado BCP.

Ecos lá fora

Os ecos sobre sobre as dúvidas dos benefícios dos mega-investimentos começam a ser ouvidos lá fora
Será um dos efeitos a impactar os mercados? Certamente. 

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Felicidade

Os livros de autoajuda e correntes de emails estragaram a palavra felicidade para o resto da humanidade, ao utilizarem-na incessantemente e muitas vezes fora do contexto. Hoje em dia, quase todos esboçamos o sorriso condescendente ao ouvirmos falar de felicidade colocando-a ao nível de cartomância ou astrologia no que toca a credibilidade.
Poucos, no entanto, porão em causa que, à falta de melhor, a nossa felicidade deveria ser o fim último de tudo o que fazemos, o nosso objectivo. 
Tal como se passa com questões económicas, o objectivo é muitas vezes esquecido. O crescimento económico em si, não é um fim, mas um meio. Há que depois materializá-lo em melhores condições de vida para as populações. Esse sim, é o objectivo. No caso da felicidade passa-se o mesmo. Quando compramos algo que gostamos, fazemo-lo porque nos deixa feliz e o mesmo se passa quando ajudamos os outros.
Um claro exemplo do sistema adaptativo que gere a nossa felicidade é dado neste vídeo. Dan Gilbert refere que o nível de felicidade de alguém que ganhou a lotaria é similar ao de alguém que ficou paraplégico, um ano depois. Se isto é verdade então porque raio continuamos a apostar no euromilhões e a sonhar com a vida de sonho/ócio que isso nos poderia proporcionar? 
Acho que este é um claro caso em que não sabemos o que nos irá fazer felizes. Na minha opinião, a insatisfação associada à ausência de objectivos torna-se superior ao gozo das viagens ou vida de deboche numa ilha tropical. Acho claramente que o ócio é inimigo da felicidade.
Seguindo então esta linha de raciocínio, penso que as pessoas que têm mais potencial para serem felizes, numa sociedade como a nossa, onde a informação circula rapidamente, são a que têm um nível intermédio de riqueza. Porquê? Porque são as que em muitos dos casos, têm mais objectivos para alcançar e mais liberdade para o fazer. Porque há sempre um nível de conforto superior para tentar atingir, mas também um nível de conforto inferior para os fazerem sentir-se afortunados.  
O que me choca é que em muitos casos, tentamos atingir a felicidade com meios que não são os mais adequados (o tal euromilhões). 
Cada um saber o que o faz feliz é meio caminho andado. Comecemos por aí.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

The End

Acabaram de enterrar o país. Mesmo que em 2013 se atinja um défice público menor que 3%, com os encargos previstos para os anos seguintes (TGV, SCUTS, Aeroporto, ect...), o país já não tem qualquer viabilidade económica. Após o anúncio de ontem da assinatura da concessão Pinhal Interior (afinal 1.4 mil milhões de euros), esta foi a machadada final. Vamos definhar...

Palavras para quê?

Ontem à tarde, após a reunião/show-off de Sócrates e Passos Coelho, o Governo comprometeu-se em mais 1.2 mil milhões de euros.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Baby steps

E foram precisos ataques especulativos para isto. Imagino o cataclismo que será necessário para cancelar os mega-projectos.

Tonecas

Este senhor não tem vergonha. Ainda envia recados...

João Galamba e a S&P

João Galamba, no blog Jugular, apresenta um raciocínio brilhante sobre o downgrade da S&P da dívida pública Portuguesa:

"Os mercados querem, os mercados agem, o mercados isto e aquilo. O 'mercado' faz o que lhe compete: especula e tenta ganhar dinheiro. Racionalidade? O comportamento de cada agente até pode ser racional, mas o resultado de tudo isto é uma enorme irracionalidade colectiva. Um exemplo é o facto da S&P dizer que baixa o rating por causa da falta de crescimento, sem atender ao facto que esse corte ainda agrava mais a situação portuguesa."

Para João Galamba, a S&P não deve fazer downgrades porque dificulta ainda mais a situação portuguesa. Para João Galamba, a S&P deve ajudar Portugal de alguma forma, como ignorando a situação financeira do país e basicamente não fazer o seu trabalho de forma isenta (bem sei dos podres das agencias de rating, mas neste caso é atirar areia para os olhos).

É o Estado Português que tem de mostrar credibilidade e garantir aos credores que vai pagar as suas dívidas! Obviamente que Portugal está a ser penalizado pelo problema grego, mas a responsabilidade é nossa! Foi Portugal que teve um défice orçamental de 9,4%, uma dívida pública directa perto dos 80%, com perspectivas de subida a cima dos 100% nos próximos 2 anos, e é Portugal que apresenta estimativas de crescimento ecónómicas abaixo de 1% para os próximos 2 anos.

A S&P não tem de nos ajudar em nada...somos nós que temos de fazer o nosso trabalho!

Começou hoje o novo Bloco Central

12h30m


A conversa entre o Sócrates e o Passos Coelho deve estar a correr bem...

Mas será que são parvos?

Greek Stocks Regulator Bans Short Selling From Today to June 28.

Às 9h45m...

Ponto da situação

Bem, hoje tinha preparado um post sobre os rituais de acasalamento dos guaxinins, no entanto a situação económica do país faz com que eu tenha de adiar por uns dias o debruçar-me sobre este interessante tópico.
Falemos então de bom senso. Não percebo a posição dos responsáveis políticos portugueses. É como um maquinista acompanhar um descarrilamento impávido e sereno, enquanto repete mensagens autistas sobre as condições da linha. Não acho compreensível este sentimento de surpresa quando todos os sinais indicavam que o rating da nossa dívida iria baixar. Não compreendo a falta de ambição no nosso PEC. 8,3% de défice em 2010?! Será melhor revê-lo agora depois de todos os ataques especulativos, crescimento do custo da dívida para níveis recorde e quebra do Psi-20 em mais de 20% desde o ínicio do ano?

É muito fácil apontar factores externos. Falta de liderança europeia e consequente solidariedade, os especuladores, as agências de rating, etc. No entanto nós temos que fazer o nosso papel. Só se o fizermos bem, podemos exigir aos outros um maior empenho em ajudar-nos na nossa situação.

O que temos a fazer então? Temos de ser ambiciosos. Apresentar um novo PEC. Que realmente ataque as despesas, mesmo as despesas com pessoal. Se há algo de bom que esta situação trouxe, foi a de urgência, de necessidade. É sempre mais fácil de implementar medidas se estas forem impostas por agentes externos.
Se a credibilidade dos nossos números é vista como uma questão importante (como é normal que seja), então venham equipas de entidades externas auditar as nossas contas. Quem não deve não teme. Devemos estar disponível para qualquer escrutínio externo se depois quisermos usufruir da denominada solidariedade europeia.
Apesar de neste momento não estar no topo da agenda, continuamos a manter os investimentos megalómanos nos transportes que irão trazer muito pouco valor acrescentado. Vejamos o exemplo da minha cidade natal Beja, e o seu novo aeroporto, ou deveria chamar-lhe parque de estacionamento de aviões? Volto a relembrar o bom senso. O riscar estes projectos seria dar um sinal de credibilidade e empenho por parte do governo em colocar as contas em ordem e não embarcar neste projectos de retorno bastante duvidoso.
Bloco Central. Mais uma vez se o problema da governabilidade é visto como um factor de instabilidade, então o consenso deve ser criado. Neste momento apenas temos uma direcção, o consenso não deveria ser tão difícil.
Muitos dirão que o caminho que aponto é apenas um ceder aos caprichos dos mercados internacionais. Porém, nós não estamos em posição de "tough bargainers", temos de engolir o orgulho e seguir em frente.
Neste momento, no entanto, o maior risco é no entanto de uma solução à portuguesa. De colocar os problemas para debaixo do tapete, adoptando apenas soluções de curto prazo, através de mais receitas extraordinárias ou outras que tais. Devemos agradar os mercados, mas mais do que termos uma indicação de um número agradável de défice no curto prazo, temos que adoptar soluções responsáveis para não vivermos neste "limbo" constante nos próximos anos.
O momento é agora, mãos à obra.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Imaginação

A reunião de amanhã, será puro show-off ou será o acordar para a realidade? Aposto mais para a primeira...mas espero me engane!

Espero que ambos tenham a noção de que, se o país entrar numa espiral semelhante à grega, muito dificilmente a UE salvará 2 países da insolvência. Portugal tem de agir já, reduzir despesa e acalmar os mercados, de dívida e bolsista. Mas reduzir a sério a despesa pública, com coragem, tomar medidas difíceis, chega de atirar os problemas para trás das costas ou para lá de 2013. É necessário um corte urgente nas despesas correntes do estado, nas despesas sociais, nos mega-investimentos públicos, privatizar empresas inviáveis dentro do sector público (transportes, TAP, RTP, etc...). Há tanto por fazer. Pede-se sobretudo imaginação!

domingo, 25 de abril de 2010

Volta escudo, estás perdoado?

Post interessante no Desmitos sobre os custos e benefícios de uma saída do euro. 
Espero que não sigamos o caminho mais fácil, como de costume. 
De qualquer forma, por estas e por outras vou manter a minha conta bancária na Holanda. 
Em euros.

Brain Drain

Os estudos citados pelo blogue The Portuguese Economy parecem desmenti-lo ao colocarem Portugal com uma % de emigração de trabalhadores qualificados superior ao Togo, Malawi e Cambodja, sendo o segundo país da OCDE com a % mais alta. 
Mais preocupante que isto é que, ao que parece, o número tem vindo a aumentar nos últimos anos e não se vislumbram melhorias. O blogue aponta como causas evidentes o fraco crescimento económico e a consequente subida da taxa de desemprego.
Na minha opinião a causa mais impactante da subida nos últimos anos foi a mobilidade que hoje gozamos no espaço europeu, aliada à aposta no ensino da língua inglesa nas nossas escolas. Nos dias que correm com muita facilidade estamos a trabalhar em qualquer país da zona euro, com um salário muito superior ao que se ganha em Portugal e com mais oportunidades de crescer na carreira. Este imobilismo na estrutura das empresas no nosso país é um dos factores, que na minha opinião, mais influenciam os jovens na sua decisão de tentar a sua sorte fora de portas. 
E depois há a descrença. A descrença nas vantagens competitivas do nosso país. Não só as actuais mas principalmente as futuras. A decisão de não querer fazer parte de um projecto perdedor. 
Há que mudar este estigma. Até porque muitos de nós queremos regressar. 

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Paradoxo da escolha

Todos já experimentámos a sensação de termos demasiadas escolhas. A variedade de molhos para salada que o Barry Schwartz refere no vídeo, de marcas de cereais ou de tipos de portáteis, faz com que em muitas situações das nossas vidas nós bloqueemos e posteriormente lamentemos decisões que tomámos, deixando-nos menos felizes.

O argumento deste senhor é o de que, mais escolhas, para além de um determinado nível hipotético, nos farão mais infelizes pelos argumentos supracitados. E o que pode parecer insignificante se a escolha for entre maçãs starking e royal gala, o impacto na nossa vida pode ser substancial se for na escolha de um plano de pensões ou compra de uma casa.

Hoje as possibilidades são imensas e decerto que muitos de nós já passámos algum tempo com o écran branco do google, enquanto tentávamos discernir o que realmente estávamos à procura.
Eu pessoalmente discordo do Barry. Penso que o problema, não é o das escolhas em demasia, mas o de no fundo criarmos os mecanismos de triagem necessários, como alguém referia nos comentários ao vídeo. O google em si já é um mecanismo de triagem, um farol no infindável rol de opções que a internet hoje nos proporciona. O período em que vivemos é o de adaptação a esta nova realidade. E a sucessão de experiências, ou aconselhamento necessário, trarão escolhas mais conscientes e satisfatórias.

As escolhas, são o que nos torna interessantes, o que dá cor às nossas vidas, o que nos suscita curiosidade. Nós não temos capacidade de processar tantas escolhas? Então arranje-se algo que o faça por nós. Mas de uma forma personalizada. E neste campo estarão de certeza algumas das ideias mais rentáveis dos próximos anos. 
Até porque, nem todos gostamos do amarelo.

PS: Refira-se no entanto que aqui quando falo de felicidade, não falo de felicidade sintética. Essa fica para o próximo post, que até poderá parecer contraditório, mas não é.

 

quinta-feira, 22 de abril de 2010